Uma denúncia anónima em 2015 levou meses a ser analisada no Ministério Público, mas acabou por dar origem a um processo que ficou logo parado largos meses por falta de meios da PJ. Para investigar conluios entre PSD e PS, financiamento partidário, esquemas com quotas de militantes, assessorias sem trabalho pagas com dinheiros públicos e outros negócios suspeitos de (ex ou futuros) deputados, os investigadores começaram por colocar apenas um telefone fixo sob escuta.
O caso foi espoletado como acontece muitas vezes quando chega uma denúncia anónima ao portal informático das queixas da Procuradoria-Geral da República (PGR), controlado pelo Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP). Registada como o nº 807, a 27 de junho de 2015, a denúncia de poucos parágrafos apontava quatro suspeitos: o então deputado do PSD Sérgio Azevedo e três assessores do partido social-democrata no município de Lisboa – Nuno Vitoriano, Rodrigo Moita de Deus e Patrícia Leitão. Todos estariam a violar as normas do Código dos Contratos Públicos, nomeadamente beneficiando, pelo menos desde 2013, de um total de entre “€300 mil a 400 mil” conseguidos através de adjudicações de “contratos fictícios e sem qualquer retorno em trabalho, não existindo documentação ou relatórios que comprovem o trabalho supostamente prestado”.
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O tarefeiro preenche um buraco, não constrói a casa. Tal como no SNS, a proliferação de tarefeiros políticos não surge do nada. É consequência de partidos envelhecidos, processos de decisão opacos, e de uma crescente desconfiança dos cidadãos.
António Ramalho Eanes, general e Presidente da República, com a sua assinalável sabedoria e enorme bom-senso, disse que essa é uma data que deve ser assinalada e recordada, mas não comemorada.