Acusado no Tutti Frutti, continua na junta da Estrela e na liderança do grupo parlamentar na AML, onde deixou de aparecer. Não convoca eleições internas há dois anos. Direção nacional desautorizou-o, oposição interna mobiliza-se.
Desde que saiua acusação do caso Tutti Frutti, houve duas sessões da Assembleia Municipal de Lisbo (AML)a, no dia 4 e no dia 11. Em ambas, Luís Newton não apareceu, um facto insólito por se tratar do líder da bancada do PSD naquele órgão. Luís Newton está acusado de quatro crimes de corrupção passiva, um de corrupção passiva agravada e cinco de prevaricação. No PSD de Lisboa, é o elefante na sala e está cada vez mais isolado.
Mariline Alves/´Medialivre
A decisão tomada ontem pela Comissão Política do PSD de ficar com o poder de decisão dos candidatos autárquicos no concelho de Lisboa é mais uma machadada – provavelmente, a final – em Luís Newton, que é, recorde-se, presidente da concelhia de Lisboa do PSD. Não é crível, diz uma fonte social-democrata à SÁBADO, que este esvaziamento de Newton por parte da liderança de Luís Montenegro não tenha tido a concordância ou incentivo de Carlos Moedas, presidente da Câmara Municipal de Lisboa e mais que provável recandidato.
Luís Newton, que suspendeu o seu lugar de deputado na Assembleia da República, mantém-se na presidência da junta de freguesia da Estrela, onde cumpre o seu terceiro e último mandato. O processo Tutti Frutti foi a morte política do autarca, que ambicionava um lugar de destaque, por exemplo de vereador, no próximo executivo de Moedas, como se comentava ontem nos corredores da Assembleia Municipal de Lisboa. Newton era até há um mês um indefetível de Moedas e aparecia no púlpito da AML a tecer loas entusiasmadas do autarca.
E nesse órgão da autarquia, o grupo parlamentar do PSD está neste momento dividido em três: os que estão com Newton (cada vez menos), os que estão contra (cada vez mais) e os que não têm posição nem se querem meter nesta guerra para já.
Com Newton está Vasco Morgado, presidente da junta de Santo António (por inerência do cargo, os presidentes de junta são automaticamente deputados municipais), também ele um dos grandes acusados do Tutti Frutti (15 crimes) e também ele sem abdicar do cargo na junta e sem aparecer nos dois plenários da AML após saída da acusação. Entre os apoiantes de Newton está ainda Ana Mateus (que ontem também não foi à AML mas por motivos pessoais, de saúde de um familiar) e Mafalda Cambeta.
Segundo apurou a SÁBADO, entre os opositores de Newton, ou pelo menos entre os que querem um novo rumo no grupo municipal do PSD, está Carlos Reis (também deputado na Assembleia da República), Sofia Vala Rocha, Américo Vitorino ou Francisco Domingues.
São necessários nove elementos para formar uma lista da direção do grupo parlamentar. E segundo o regimento, Luís Newton está irregular desde novembro de 2023. Diz o documento (artigo 7º) que o presidente do grupo parlamentar só pode cumprir três mandados consecutivos, sendo que este cargo tem a duração de dois anos. Luís Newton foi eleito para o cargo em 2017/2019, 2019/2021 e 2021/2023. Não foram convocadas novas eleições desde aí.
É isso que a oposição interna pretende (ainda para mais depois da decisão ontem da direção nacional do partido, o que deverá permitir mobilizar os "laranjas" que estão neutros na AML): convocar eleições e não incluir Luís Newton na lista. Sendo ele um ativo tóxico neste momento na política autárquica interna do PSD (mesmo mantendo-se líder da concelhia, agora desautorizado), não se prevê que Newton consiga impor a sua lei.
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