NEWSLETTER EXCLUSIVA PARA ASSINANTES Novidades com vantagens exclusivas: descontos e ofertas em produtos e serviços; divulgação de conteúdos exclusivos e comunicação de novas funcionalidades. (Enviada mensalmente)
Ministro das Finanças é um dos princiais suspeitos da operação Tutti Fritti sobre realização de negócios que garantiram um pacto de regime entre o PS e PSD, mas também o favorecimento de amigos de dirigentes políticos e a cedência de cargos. Factos remontam à época em que Medina presidente da Câmara de Lisboa.
Em junho de 2018 aSÁBADOnoticiava oinício das buscasao PS e PSD de Lisboa e aos serviços centrais da Câmara Municipal de Lisboa no âmbito da operação Tutti Frutti. As suspeitas de crimes económico-financeiros decorrentes da contratação de pessoal e da adjudicação direta de serviços a empresas ligadas a dirigentes políticos sobretudo do PSD, tiveram por base cinco denúncias anónimas feitas em 2016.
Cofina Media
Ao longo da investigação a Polícia Judiciária reuniu mais de500 escutastelefónicas (chamadas e SMS) e centenas de emails, de e para Fernando Medina, que se juntaram ao processo durante as buscas de 2018. Apesar das primeiras suspeitas recaírem maioritariamente sobre o PSD, as mais de70 buscas realizadas, centraram as atenções em Fernando Medida.
Ontem, aTVI/CNN divulgou documentos do processo, a que teve acesso, e que descrevem as suspeitas do Ministério Público contra o atual ministro das Finanças. Estas passam por acordos financeiros para a realização de negócios que garantissem um pacto de regime entre o PS e PSD mas também o favorecimento de amigos de dirigentes políticos e a cedência de cargos.
Andrea Marques, procuradora do Ministério Público responsável pelo caso refere, nos documentos agora divulgados, as suas suspeitas sobre "a seleção de pessoas de confiança para listas nas eleições de 2017, financiamento das campanhas com faturas falsas, acordos com responsáveis do PS, com contrapartidas de avenças ou outras posições estratégicas, adjudicação de contratos públicos a empresas nas quais têm interesses".
A procuradora acusa ainda: "Todas as regras que presidem à transparência, à integridade, ao zelo e à boa gestão dos dinheiros públicos, são violadas".
Sérgio Azevedo, ex-deputado do PSD, seria o responsável do lado dos sociais-democratas para o estabelecimento dos acordos entre os dois partidos do bloco central. Numa das escutas foi possível encontrar uma mensagem de Sérgio Azevedo que afirma: "Está combinado com Medina eles apresentarem uns gajos merdosos para garantirmos as nossas juntas", estas freguesias consideradas importantes pelos os sociais-democratas tratam-se da Estrela, Areeiro e Santo António.
Um exemplo do tipo de negócios efetuados pelos dois partidos é a construção do novo campo de rugby do Belenenses. Sérgio Azevedo queria que a Ambigold de Carlos Eduardo Reis ganhasse a construção da obra. Esta era uma proposta mais cara do que as outras, mas Fernando Medina terá assumido um papel fundamental para a realização do negócio ao ceder os terrenos do campo e doar 200 mil euros ao projeto.
Os emails apreendidos a Fernando Medina, durante a operação Tutti Frutti, levaram ainda a abertura de dois outros processos, um relativo à utilização do assessor, Filipe Abreu Nunes, para a preparação dos comentários políticos feitos pelo então presidente da Câmara de Lisboa na televisão a título pessoal.
Filipe Abreu Nunes acumulava a função com a de assessor de Ferro Rodrigues na Assembleia da República. O problema é que, apesar de alegadamente ter sido contratado para colaborar na escrita de artigos de opinião de Fernando Medina para oCorreio da Manhãe na preparação do comentário para a TVI, ou seja, para efetuar uma atividade privada, terá recebido cerca de cinco mil euros entre 2016 e 2017, através de dois ajustes diretos pagos pela autarquia lisboeta.
A Polícia Judiciária considera que este caso pode constituir os "crimes de participação económica em negócio, peculato, prevaricação e/ou abuso de poder".
O segundo processo liga Medina a Luís Filipe Vieira. O ex-presidente do Benfica terá pedido ajuda ao autarca para desbloquear a isenção de IMI de um prédio em Lisboa com dez apartamentos que pertence ao seu filho, Tiago Vieira. A procuradora considera que este é um caso de "corrupção e/ou abuso de poder".
Duarte Cordeiro, era o vice-presidente de Medina e terá ficado responsável por negociar com o PSD os acertos nas juntas de freguesia e na assembleia municipal de forma que os sociais-democratas viabilizassem o executivo camarário liderado pelos socialistas, que não tinham maioria absoluta. Mais uma vez as juntas chave para os sociais-democratas eram Estrela, Areeiro e Santo António.
Fernando Medina já respondeu à notícia da TVI/CNN, referindo que não foi notificado nem ouvido pelo Ministério Público em qualquer processo e garante não ter conhecimento de qualquer pacto para as eleições autárquicas de 2017. Logo no início de 2023 Fernando Medina solicitou à Procuradoria-Geral da República serouvido com a maior urgência possível, no entanto nada terá acontecido.
Duarte Cordeiro, ministro do Ambiente e da Ação Climática, também nega quaisquer acusações e garante que não foi notificado.
A TVI/CNN também avançou que apesar dos ministros serem suspeitos ainda não foram constituídos arguidos.
Publicamos para si, em três periodos distintos do dia, o melhor da atualidade nacional e internacional. Os artigos das Edições do Dia estão ordenados cronologicamente aqui ,
para que não perca nada do melhor que a SÁBADO prepara para si. Pode também navegar nas edições anteriores, do dia ou da semana. Boas leituras!
Para poder adicionar esta notícia aos seus favoritos deverá efectuar login.
Caso não esteja registado no site da Sábado, efectue o seu registo gratuito.
A escola é um espaço seguro, natural e cientificamente fundamentado para um diálogo sobre a sexualidade, a par de outros temas. E isto é especialmente essencial para milhares de jovens, para quem a escola é o sítio onde encontram a única oportunidade para abordarem múltiplos temas de forma construtiva.
O humor deve ser provocador, desafiar convenções e questionar poderes. É um pilar saudável da liberdade de expressão. Mas quando deixa de ser crítica legítima e se transforma num ataque reiterado e desproporcional, com efeitos concretos e duradouros na vida das pessoas, deixa de ser humor.