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Assim se fez (e desfez) o tribunal mais poderoso do País

António José Vilela
António José Vilela 08 de janeiro de 2025 às 23:00

Bem-vindos às histórias dos inquilinos da Judiciária e do projeto Monsanto; às denúncias anónimas e à guerra com os diretores e à traição de Amadeu Guerra; às birras à porta, no carro e o passe social; aos telefonemas irados e às mensagens indiscretas e à ordem de despejo. E ainda ao novo mundo dos copos grandes e das sociedades pequenas; aos dias em que se arrastaram mobílias e à música de Vivaldi.

Na manhã de 10 de abril de 2019, na secretaria do Tribunal dos Poderosos, já se estranhava a demora da chegada do advogado Tiago Gali Macedo, que pertencia aos corpos dirigentes da Ordem dos Advogados no Porto e representava um dos alvos de uma operação de buscas, que apreendera ao suspeito o conteúdo do telemóvel e do iPad. Já passava das 9h30 e nem aparecia o advogado nem sequer a procuradora do inquérito, do Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP). A explicação era simples: o advogado estava na portaria do edifício da Polícia Judiciária (PJ), que dava acesso ao Tribunal Central de Instrução Criminal (TCIC), e recusava-se a cumprir as ordens da segurança que lhe mandara entregar os objetos pessoais para serem vistos eletronicamente antes da passagem pelo detetor de metais – os advogados e magistrados não cumprem normalmente estas normas ou sequer passam por estes pórticos que estão nos edifícios dos tribunais.

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