Jared Kushner não tem nenhum cargo oficial na Casa Branca, mas disponibilizou-se para ajudar os EUA nas negociações de paz entre Israel e o Hamas. Genro de Trump recorre às suas técnicas dos negócios para ser bem sucedido na diplomacia.
Na passada sexta-feira (3), quando o Hamas aceitou parte do plano de paz proposto por Donald Trump, - que incluía a libertação de reféns - Jared Kushner entrou dentro do seu carro e conduziu durante 20 minutos até à casa do enviado especial do presidente dos Estados Unidos para o Médio Oriente, Steve Witkoff, em Miami.
Kushner, genro de Trump, colabora em negociações de paz no Médio OrienteAP Photo/Luigi Costantini
Donald Trump havia apresentado o seu plano de 20 pontos para alcançar a paz na Faixa de Gaza, no início daquela semana (29), e no mesmo dia a proposta obteve o aval do primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu. Sendo este plano amplamente favorável a Israel, haviam algumas dúvidas sobre se o Hamas aceitaria um acordo para libertar os reféns. No entanto, a 3 de outubro o grupo palestiniano anunciou que aceitava partes desta proposta e mostrou-se disposto a libertar os reféns.
Ao lado de Witkoff, em Miami, Kushner instou imediatamente os israelitas a não se preocuparem com a restante declaração do Hamas, que deixou preocupações quando à possibilidade de o grupo continuar armado. “Steve e eu dissemos a Israel: ‘Nós encorajamo-vos a serem positivos também. Este é um momento para ser positivo’’, lembrou Kushner numa entrevista citada pelo jornal New York Times.
A presença de Kushner - casado com Ivanka Trump - neste processo aconteceu numa tentativa do republicano de acabar com a guerra no Médio Oriente o mais rápido possível. Em vez de diplomatas experientes, Trump confiou no seu genro que se juntou às negociações que Witkoff vinha a conduzir há meses. Poucos dias depois, os principais negociadores viajariam, então, para Sharm el-Sheikh, no Egito.
Jared Kushner e Steve WitkoffAP Photo/Alex Brandon
O papel de Jared Kushner nas negociações
Kushner viajou com Witkoff para o Egito, na terça-feira (7). A dupla juntou-se, assim, aos mediadores que já estavam há dias a trabalhar para tentar convencer o Hamas a desarmar-se e a entregar os reféns, que foram capturados há dois anos. Ambos obtiveram avanços.
Os dois já tinham discutido, durante o voo, as estratégias para evitar que o acordo fracassasse. Enquanto que Kushner ficou encarregado de elaborar os planos para a paz, Witkoff realizava chamadas, detalhou o New York Times.
Horas depois de terem aterrado no Egito, Trump anunciava finalmente que Israel e o Hamas haviam chegado a um consenso. “Jared é um rapaz muito inteligente”, disse o presidente dos Estados Unidos na quinta-feira (9).
Apesar de não ter nenhum cargo oficial no gabinete do sogro, Kushner - criado na religião judaica à qual a mulher também se converteu - já serviu como conselheiro de Donald Trump para o Médio Oriente, tendo ficado ligado ao processo de reconhecimento de Jerusalém como capital de Israel e a mudança da embaixada americana para essa cidade, em 2018.
A estratégia de Kushner
Apesar do genro de Donald Truump não ter um cargo oficial na Casa Branca, Kushner está já habituado a lidar com duras negociações, mas no setor imobiliário. Segundo o New York Times, a sua estratégia é simples: chegar a um "sim" primeiro e resolver os detalhes depois.
“A experiência que Steve e eu temos como negociadores é que tens de entender as pessoas”, disse citado pelo New York Times. “Tens de extrair o que é essencial para elas e identificar quem está a jogar, e até onde é possível pressioná-las.”
E acrescentou: "Muitos que fazem isso são professores de história, porque têm muita experiência, ou diplomatas. É diferente ser um negociador. É um outro desporto.”
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É excelente poder dizer que a UE já aprovou 18 pacotes de sanções e vai a caminho do 19º. Mas não teria sido melhor aprovar, por exemplo, só cinco pacotes muito mais robustos, mais pesados e mais rapidamente do que andar a sancionar às pinguinhas?
“S” sentiu que aquele era o instante de glória que esperava. Subiu a uma carruagem, ergueu os braços em triunfo e, no segundo seguinte, o choque elétrico atravessou-lhe o corpo. Os camaradas de protesto, os mesmos que minutos antes gritavam palavras de ordem sobre solidariedade e justiça, recuaram. Uns fugiram, outros filmaram.
Um bando de provocadores que nunca se preocuparam com as vítimas do 7 de Outubro, e não gostam de ser chamados de Hamas. Ai que não somos, ui isto e aquilo, não somos terroristas, não somos maus, somos bonzinhos. Venha a bondade.