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Tutti Frutti: "O populismo é o que nos distingue", diz Costa ao PSD

Margarida Davim
Margarida Davim 24 de maio de 2023 às 16:15
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Joaquim Miranda Sarmento tomou a iniciativa de trazer o caso Tutti Frutti ao debate, admitindo que a investigação envolve também o PSD. "A Justiça que exerça as suas funções, eu exerço as minhas", respondeu António Costa.

"À política o que é da política, à Justiça o que é a da Justiça." António Costa não repetiu aquele que tem sido o seu mantra desde a prisão de José Sócrates, mas a ideia ficou clara na forma como reagiuao caso Tutti Frutti, que envolve suspeitas sobre os seus ministro Fernando Medina e Duarte Cordeiro, mas também sobre o deputado do PSD Carlos Eduardo Reis, o líder do PSD Lisboa Luís Newton e o militante do PSD Sérgio Azevedo.

TIAGO PETINGA/LUSA

Foi Joaquim Miranda Sarmento que trouxe o tema ao debate, no dia a seguir à TVI/CNN ter posto no ar uma reportagem sobre o caso. Miranda Sarmento reconheceu que a suspeita recai também sobre o seu partido, mas elogiou a forma como Luís Montenegro reagiu ontem à noite no Twitter pedindo "que a Justiça seja rápida e conclua esta investigação" e afirmando ser "impossível pactuar com a corrupção da democracia".

"Consegue ter sobre esta matéria a clareza que teve o líder do PSD?", questionou o líder da bancada laranja.

"A Justiça que exerça as suas funções, eu exerço as minhas", respondeu António Costa, considerando que o clima de suspeição que se instalou só ajuda a alimentar o populismo.

"Quanto à ética, não é isso que nos distingue. O populismo esse sim é o que nos distingue", atirou o primeiro-ministro.

À SÁBADO, uma fonte do Governo insiste na ideia de que até agora nem Fernando Medina nem Duarte Cordeiro foram contactados pelas autoridades ou notificados do que quer que seja relacionado com as suspeitas relatadas na reportagem da TVI/CNN.

A mesma fonte sublinha, aliás, que no que toca às alegadas combinações de candidatos a juntas de freguesia em Lisboa, entre PS e PSD, há algumas incongruências nos dados apresentados pelas últimas notícias. "É preciso lembrar que Fernando Medina teve em 2017 a maior maioria absoluta", vinca-se, explicando que, ao contrário do que disse a reportagem, os candidatos à Estrela e ao Areeiro eram do Livre e não dos Cidadãos por Lisboa. "Não faz sentido nenhum".

Segundo a reportagem da TVI/CNN, a operação Tutti Frutti, que já dura há quase seis anos, investiga alegados crimes de corrupção, abuso de poder, peculato e tráfico de influências, na combinação de candidatos fracos a determinadas juntas, na celebração de contratos fictícios para boys e girls partidários e na adjudicação de uma obra ao deputado do PSD Carlos Eduardo Reis para a construção de um campo de rugby.

"Todos os dias me deito e todos os dias me levanto com a consciência muito tranquila", disse António Costa a André Ventura, sobre o mesmo tema, afastando a possibilidade de demitir os ministros visados na reportagem que até à data não são ainda arguidos em qualquer processo.

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