Psicólogo e Professor Universitário, Membro da Direção da Ordem dos Psicólogos Portugueses
Psicólogo e Professor Universitário, Membro da Direção da Ordem dos Psicólogos Portugueses
Como país, enquanto não formos eficientes e articulados nesta missão, por muito que se reforcem condições de tratamento continuaremos a lamentar-nos pela “elevada prevalência de perturbações psicológicas no nosso país”.
Num mundo onde muitas das profissões do futuro ainda nem existem, e em que a ideia de “curso com saída” perdeu sentido face à rapidez com que tudo muda, uma carreira só é verdadeiramente bem-sucedida quando está alinhada com a identidade, os valores e as motivações de cada um.
Há necessidade de mais literacia e capacidade de auto-regulação, para que os indivíduos sejam capazes de utilizar determinadas ferramentas. Mas também precisamos de regulação das plataformas.
Esta medida tem uma natureza complementar, devendo ser acessória ao que realmente importa e que é aquilo que a OPP defende: a existência, de base, de serviços de psicologia bem estruturados e com recursos nas instituições de ensino superior.
Os municípios portugueses têm tido um papel fulcral na promoção da saúde, do bem-estar e da inclusão. E é justamente neste âmbito que se destaca o contributo que a psicologia como ciência e profissão pode dar no cumprimento e na otimização dessa missão.
Se os desafios enfrentados por muitos rapazes são reais e não devem ser ignorados, também é perigoso transformá-los numa narrativa de vitimização que ataca os progressos das mulheres na sociedade, para mais quando persistem indicadores de desigualdade entre sexos, com prejuízo para o feminino.
Cuidarmos de nós não é um luxo ou um capricho. Nem é um assunto que serve apenas para uma próxima publicação numa rede social. É um compromisso com a própria saúde, com a qualidade das nossas relações e com o nosso papel na comunidade.
A escola é um espaço seguro, natural e cientificamente fundamentado para um diálogo sobre a sexualidade, a par de outros temas. E isto é especialmente essencial para milhares de jovens, para quem a escola é o sítio onde encontram a única oportunidade para abordarem múltiplos temas de forma construtiva.
No início dos anos 2000, a ideia de uma consulta de psicologia ser feita a distância era algo novo para muitos e certamente não era a prática regular. Vinte anos depois, a discussão já não é apenas sobre teleconsultas ou atos da profissão feitos a distância, que são uma prática comum e válida, mas sobre qual é a extensão do papel das tecnologias da informação e da comunicação na compreensão do comportamento humano e na prestação de serviços de psicologia.
Uma antiga expressão diz que a melhor forma de destruir uma cidade é bombardeá-la ou então congelar as rendas.
Vale a pena promover o desenvolvimento de carreira num mundo tão incerto? Ora, é justamente porque o mundo está como está que, mais do que nunca, o desenvolvimento de carreira e as competências que nele se promovem é essencial.
Uma cultura de saúde e bem estar envolve olhar para este assunto como algo que está integrado e é natural no funcionamento de uma organização e na sua natureza. Disso depende, não apenas o bem estar de cada pessoa, mas também os resultados económicos e a competitividade da própria organização.
É preciso promover a literacia digital, de forma a capacitar os jovens para a utilização destes dispositivos e os seus conteúdos e terem sobre eles uma capacidade crítica. Afinal, é o que fazemos com os smartphones o que pode ser problemático.
Não existindo, nem podendo existir, uma espécie de tabela nacional uniformizada, é natural que os preços, com maior ou menor oscilação, reflitam o que está por trás daquele serviço que é praticado.
Há uma ação decisiva que pode ser feita pelos responsáveis públicos e privados neste âmbito: aumentar e melhorar a oferta. E que tal as pessoas poderem ter mais acesso aos serviços de que necessitam?
O problema de uma crescente individualização ou centração de cada indivíduo em si próprio e no seu mundo, sendo o outro visto como um atrapalho ou inconveniente, além de nos tornar pessoas mais desagradáveis no trato, tem impactos para cada um de nós.