De Elon Musk a Kristi Noem, descubra os nomes que compõem o governo republicano que sucederá ao de Joe Biden. Jà houve uma desistência na corrida a procurador-geral e uma nova nomeação.
Desde a sua eleição, Donald Trump tem vindo a revelar os nomes que vão compor o seu governo. Os departamentos mais importantes estão escolhidos, mas já houve uma desistência polémica.Matt Gaetz saiu da corridadepois de terem surgido acusações de conduta sexual imprópria. Poucas horas depois, Trump anunciava a substituta: Pam Bondi, antiga procuradora-geral da Florida. No meio do governo Trump há ainda um gabinete novo criado à medida de Elon Musk e de Vivek Ramaswamy. A 20 de janeiro de 2025, o presidente eleito dos EUA toma posse. Até lá o Senado terá de aprovar os nomes que foi escolhendo para governar.
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Kristi Noem, secretária de Segurança Interna
Kristi NoemReuters
Durante a campanha presidencial de Donald Trump, um dos seus focos foi a imigração. Prometeu policiar de forma mais agressiva a fronteira com o México e levar a cabo uma operação de deportação em massa por todo o país.
Ao nomear Kristi Noem como secretária de Segurança Interna, a agora governadora da Dakota do Sul desempenhará um papel crucial no cumprimento das promessas de Trump, uma vez que será responsável pelas agências que aplicam as leis de imigração, além da resposta a desastres e dos Serviços Secretos dos EUA. Agências como o Serviço de Imigração e Alfândegas dos EUA, e a Agência de Imigração e Fiscalização Aduaneira, ficam sob o seu controlo.
Numa declaração nas redes sociais, Trump descreveu Kristi Noem como "muito forte na segurança fronteiriça". Em colaboração com outros líderes estatais republicanos, em 2023 enviou membros da Guarda Nacional para ajudar o Governador Greg Abbott do Texas a policiar a fronteira. Também gerou polémica por ter escrito sobre como matou a cadela "impossível de domar" na sua biografia.
Poderá ser um desafio manter o presidente eleito satisfeito uma vez que durante o seu primeiro mandato, passaram seis dirigentes de segurança interna pela Sala Oval.
Elon Musk e Vivek Ramaswamy, dirigentes do Departamento de Eficácia Governamental
Gabinete Trump. Dois procuradores, as celebridades e os regressados
Como é que se reduzem, cortam, reestruturam e desmantelam partes do governo federal norte-americano? Segundo Donald Trump, escolhem-se dois empresários para ficarem com a tarefa: o homem mais rico do mundo e dono da Tesla, da SpaceX e da rede social X, Elon Musk, e um antigo investidor farmacêutico que já foi um dos seus rivais presidenciais, Vivek Ramaswamy.
A notícia deixou muitas perguntas sem resposta e alguma confusão, uma vez que Trump não mencionou a atual inexistência deste departamento. Também não chegou a explicar se os seus dois apoiantes iriam contratar trabalhadores para o novo departamento, que, segundo o presidente eleito, tem como objetivo reduzir a mão de obra federal.
A declaração também não abordou a forma como Elon Musk iria liderar este departamento sem haver conflito de interesses. Afinal, indica o The New York Times, a Tesla e a SpaceX conseguiram quase 16 mil milhões de dólares em contratos com o governo norte-americano ao longo da última década. Ao mesmo tempo, a Tesla, SpaceX, Neuralink e o X foram alvo de investigações por parte de Departamentos Federais, da Agricultura à Justiça, e por parte de agências independentes. Com a entrada de Musk no governo dos EUA, levantam-se algumas questões.
Vivek Ramaswamy, de 39 anos, fundou em 2014 a farmacêutica Roivant Sciences. Desafiou Trump para a nomeação republicana antes de desistir e tornar-se um apoiante leal. Durante a campanha presidencial, elogiou e divulgou frequentemente as teorias de conspiração abraçadas por Trump, tendo concordado com o corte das despesas governamentais. Propôs a eliminação do Departamento de Educação, do FBI e do departamento de receita federal, disse que a mão de obra federal deveria ser reduzida em 75% e defendeu a redução de ajuda externa a países como a Ucrânia, Israel e Taiwan.
Pete Hegseth, Secretário de Defesa
Pete HegsethReuters
Apresentador da Fox News e veterano das guerras no Iraque e no Afeganistão, será o próximo Secretário de Defesa, responsável por dirigir o Pentágono e liderar cerca de 1,3 milhões de soldados.
Pete Hegseth é coapresentador do programa Fox & Friends ("Fox e amigos", em português). Juntou-se à estação televisiva em 2014 e tem sido o anfitrião da cobertura de ano novo da Fox há cerca de cinco anos. A escolha feita por Donald Trump na terça-feira não se enquadra no que é considerado a norma dos antigos secretários de Defesa. Contudo, foi um apoiante do presidente eleito durante o seu primeiro mandato e defende as interações com o ditador norte-coreano, Kim Jong-un, abraçando a agenda "America First", que tem como objetivo retirar as tropas americanas do estrangeiro. Também se opôs à presença de mulheres em combate.
O apresentador provavelmente encontrará alguma oposição vinda de oficiais militares seniores, em particular do general C.Q. Brown, Chefe do Estado-Maior Conjunto, que foi piloto e tem experiência de combate no Pacífico e no Médio Oriente e que acusou de "perseguir as posições radicais de políticos de extrema-esquerda".
Em 2019, Pete Hegseth apoiou Edward Gallagher, um membro dos SEAL da Marinha que foi absolvido por crimes de guerra graves no Iraque. Criticou ainda a ajuda norte-americana prestada pela administração Biden à Ucrânia. À invasão da Rússia, chamou "guerra dá-me-as-minhas-coisas-de-volta de Putin". "Se a Ucrânia se conseguir defender a si própria, ótimo, mas não quero uma intervenção norte-americana tão dentro da Europa que faça com que Putin pense que estamos demasiado perto", afirmou.
De acordo com o The New York Times, um ex-funcionário do Pentágono questionou a falta de experiência de Hegseth e levantou dúvidas sobre a sua capacidade de obter a confirmação do Senado.
John Ratcliffe, diretor da C.I.A
John RatcliffeReuters
O antigo congressista do Texas que já serviu como diretor dos serviços de inteligência durante o primeiro mandato de Trump foi nomeado para liderar a CIA (Central Intelligence Agency).
Nas redes sociais, o presidente eleito descreveu Ratcliffe como um "guerreiro pela verdade e honestidade com o povo americano". Enquanto desempenhou o cargo de diretor dos serviços de inteligência, John Ratcliffe avisou acerca dos esforços chineses contra a campanha de Trump em 2020, mas também criticou a Rússia por denegrir Joe Biden na mesma campanha.
Enquanto congressista, defendeu as investigações a Hunter Biden, filho de Joe Biden, ao mesmo tempo que criticou as investigações a ligações entre a Rússia e a campanha Trump de 2016.
A confirmação da sua nomeação pelo Senado tornará Ratcliffe numa voz bastante influente. O diretor da CIA tem, entre outras coisas, o poder de nomear espiões sediados no estrangeiro e de conduzir operações secretas – e Trump considera a direção da CIA um trabalho mais importante que a dos Serviços de Inteligência.
Tom Homan, "Czar das fronteiras"
Tom HomanReuters
Para reforçar a questão das fronteiras, Trump nomeou Tom Homan, antigo responsável pela imigração durante o primeiro mandato do presidente. Vai liderar a agência de fronteiras e imigração, que controlará as fronteiras terrestres, assim como a segurança marítima e aérea. Entre 2017 e 2018, Homan foi diretor da agência de Imigração e Fiscalização Aduaneira (ICE).
Trump fez o anúncio através da sua rede social, Truth Social, mas não forneceu mais detalhes sobre o novo cargo de Homan, "conheço o Tom há muito tempo e não há ninguém melhor para policiar e controlar as nossas fronteiras", escreveu o presidente eleito, reforçando que "da mesma forma, Homan será responsável pela deportação dos imigrantes ilegais de volta para os seus países de origem".
Elise Stefanik, embaixadora na ONU
Elise StefanikReuters
A republicana de Nova Iorque será a nova embaixadora nas Nações Unidas na futura administração de Donald Trump. Ela representa o distrito norte do estado de Nova Iorque na Câmara dos Representantes, é membro da liderança republicana na Câmara e tem sido uma apoiante incondicional do presidente eleito.
Numa declaração feita por Donald Trump, foi descrita como "extremamente forte, dura e esperta, uma lutadora que coloca a América em primeiro plano". A deputada anunciou nas redes sociais que tinha aceitado a oferta, dizendo que estava pronta para procurar "a paz através de uma liderança forte, no palco mundial".
Stefanik, de 40 anos, surgiu como uma aliada chave de Trump durante o seu primeiro processo de impedimento (impeachment). Já foi presidente da conferência republicana da Câmara, mas tem experiência mínima em política externa e segurança nacional. Quando chegar ao palco da ONU, terá de lidar e gerir as grandes promessas feitas por Donald Trump ao querer acabar com a guerra na Rússia-Ucrânia e a questão do Médio Oriente.
Marco Rubio, Secretário de Estado
Marco RubioReuters
O senador da Flórida, que conta já com três mandatos, foi a mais recente figura eleita para ocupar o cargo de Secretário de Estado. Rubio criticou arduamente o presidente eleito durante a sua campanha de 2016, mas desde então tem-se tornado no seu conselheiro de política externa.
"Ele será um forte defensor da nossa nação, um verdadeiro amigo dos nossos aliados e um guerreiro destemido que nunca recuará perante os nossos adversários", afirmou Trump sobre Rubio numa declaração.
Marco Rubio, que é filho de um empregado de bar e de uma empregada doméstica, ambos cubanos, poderá ser o primeiro latino a servir o papel de um diplomata de alto nível dos EUA. Servirá um presidente que fez da demonização dos imigrantes uma característica definidora da sua mensagem política.
Foi eleito para o Senado em 2010 e tem se posicionado como um observador de política externa, assumindo uma posição assertiva em relação à China, ao Irão, à Venezuela e a Cuba. Mais recentemente fez eco de Trump em relação a questões como a guerra da Rússia contra a Ucrânia, afirmando que "tem de ser concluída", o que poderá significar que vai pressionar a Ucrânia a encontrar uma maneira de chegar a acordo com a Rússia, permanecendo fora da NATO.
Pam Bondi, a segunda escolha para Procuradora-geral
REUTERS/Sam Wolfe/File Photo
O primeiro nome de Trump para o cargo de procurador-geral dos EUA foi o congressista Matt Gaetz. Porém, depressa a escolha se tornou numa dor de cabeça e Gaetz, de 42 anos, leal apoiante de Trump, acabou por se retirar da corrida 10 dias depois.
Em causa das suspeitas de tráfico sexual de menores que o levaram a ser investigado durante três anos foi investigado pelo Departamento de Justiça. Este ano, depois de o caso ter sido encerrado, a Comissão de Ética da Câmara dos Representantes abriu o seu próprio inquérito ao caso, que terminou há duas semanas depois de Gaetz se ter demitido do cargo de congressista. Além disso, também foi acusado de mostrar fotos de mulheres nuas a colegas no plenário da Câmara de Representantes, tendo negado naturalmente todas as acusações.
Numa reação rápida, poucas horas depois do anúncio de Gaetz, Trump nomeou outra sua leal defensora para o cargo: Pam Bondi, antiga procuradora-geral da Flórida, entre 2011 e 2019. Na primeira administração Trump esteve na Comissão de Abuso de Drogas e Opioides.
O cargo de procurador-geral vai ter uma importância vital neste segundo mandato de Trump, já que vai ser fundamental para levar a cabo as deportações em massa de imigrantes ilegais prometidas, bem como executar a vingança contra quem processou o republicano nos últimos quatro anos.
Tulsi Gabbard, diretora dos Serviços Secretos
AP Photo/Alex Brandon, File
A antiga democrata de 43 anos, que se tem tornado numa das suas mais ferozes apoiantes, foi eleita para o cargo de diretora dos Serviços Secretos supervisionando 18 agências de espionagem.
Gabbard, tenente-coronel da reserva do exército que serviu no Iraque, tem sido uma crítica de longa data do cenário político internacional. A sua nomeação é outro sinal de que Donald Trump pretende empregar apoiantes céticos quanto à intervenção militar do país no estrangeiro em cargos de topo dentro da política externa.
Numa declaração, o presidente eleito disse que Gabbard traria "um espírito destemido" para as agências de inteligência e que iria fazer "a paz através da força". Foi descrita como uma ex-democrata que se juntou ao Partido Republicano "por causa da liderança do presidente Trump e da forma como ele foi capaz de transformar o Partido Republicano, trazendo-o de volta ao partido do povo e ao partido da paz".
Tulsi Gabbard tem raízes samoanas e representou o Havai no Congresso dos Estados Unidos entre 2013 e 2021. Durante o seu tempo no Congresso, ganhou destaque por criticar o governo de Obama pela forma como discutia o terrorismo no Médio Oriente e o extremismo islâmico. Depois da invasão da Ucrânia pela Rússia em 2022, Gabbard publicou um vídeo nas redes sociais em que repetia uma falsa alegação criada pelo Kremlin de que os Estados Unidos estavam a financiar laboratórios de armas biológicas na Ucrânia.
Robert F. Kennedy Jr., Secretário de Saúde
AP Photo/Alex Brandon
Um Kennedy profundamente republicano e cético em relação à vacinação, com opiniões pouco ortodoxas em relação à medicina, foi nomeado secretário de Saúde por Donald Trump. A confirmação pelo Senado ainda é uma questão em aberto.
Ao escolher Kennedy, o presidente eleito escolheu alguém que está ativamente em guerra com as agências de saúde pública que iria supervisionar. Ainda para mais, as crenças que o antigo candidato presidencial tem em relação à medicina deixaram vários funcionários de saúde desconfortáveis, de acordo com o jornal The New York Times.
Numa declaração na rede social Truth Social, Trump disse que Kennedy iria fazer regressar as agências de saúde do país "às tradições da investigação científica de excelência e aos faróis da transparência, para acabar com a epidemia de doenças crónicas e para tornar a América grande e saudável novamente!".
Se for confirmado, Kennedy terá o controlo total de um departamento com 80 mil funcionários em 13 divisões operacionais que gerem mais de 100 programas. As agências de saúde pública regulam os alimentos e os medicamentos consumidos no dia a dia pelos americanos, e decidem se a Medicare e a Medicaid, ambos seguros de saúde, comparticipam medicamentos e tratamentos hospitalares e investem milhares de milhões de dólares em investigação sobre doenças como o cancro e a doença de Alzheimer.
Doug Collins, diretor do Departamento de Assuntos de Veteranos
AP Photo/John Bazemore, File
Collins, de 58 anos, que serve na reserva da Força Aérea como capelão e foi mobilizado para o Iraque durante cinco meses, foi anunciado como líder do departamento de assuntos de veteranos.
Numa declaração nas redes sociais, o próprio admitiu que iria "lutar incansavelmente para simplificar e reduzir os regulamentos no departamento de assuntos de veteranos, erradicar a corrupção e garantir que todos os veteranos recebem os benefícios que ganharam".
Enquanto congressista, Collins tornou-se o rosto da primeira fase de defesa da destituição do presidente eleito na Câmara dos Representantes em 2019, visto que na altura era o principal republicano na Comissão Judiciária.
"Temos de cuidar dos nossos corajosos homens e mulheres de uniforme, e Doug será um grande defensor dos nossos militares no ativo, veteranos e famílias de militares para garantir que têm o apoio de que necessitam", escreveu Trump numa declaração.
Doug Burgum, Secretário do Interior
AP Photo/Paul Sancya
O Governador da Dacota do Norte juntou-se à lista para liderar o Departamento do Interior, estando encarregue de gerir os planos de extração de petróleo da nova administração em terrenos federais.
Doug Burgum, de 68 anos, tem laços de longa data com as empresas de combustíveis fósseis e foi o fio condutor entre a campanha de Trump e os executivos do setor petrolífero que lhe fizeram grandes doações. O governador é particularmente próximo de Harold G. Hamm, o multimilionário fundador e presidente da Continental Resources, uma das maiores empresas petrolíferas dos EUA, que desde 2023 doou quase 5 milhões de dólares para a campanha do presidente eleito.
Donald Trump anunciou esta nomeação durante a gala para o America First Policy Institute que ocorreu quinta-feira à noite na sua propriedade de Mar-a-Lago em que Burgum estava presente. "Não vos vou dizer o nome dele - pode ser algo como Burgum", brincou Trump. Mais tarde disse à multidão que faria o anúncio formal na sexta-feira, antes de dizer que iria dirigir o Departamento do Interior e que iria "ser fantástico".
Lee Zeldin, chefe da Agência de Proteção Ambiental
AP Photo/Matt Rourke, File
O antigo congressista de Nova Iorque é um forte apoiante de Donald Trump e votou contra a certificação das eleições de 2020. Agora, foi nomeado para gerir a agência de proteção ambiental, um cargo que se espera ser central para os planos de Trump para desmantelar certos regulamentos ambientais.
Ao longo da sua campanha, Trump prometeu "matar" e "cancelar" as regras e regulamentos da agência utilizadas para combater o aquecimento global, restringindo a poluição causada pelos tubos de escape dos veículos, chaminés das centrais elétricas e poços de petróleo. O presidente eleito tem como objetivo apagar também a regra climática mais significativa da administração de Biden, criada para acelerar a transição de veículos a gasolina para elétricos.
Susie Wiles, chefe de gabinete da Casa Branca
AP Photo/Alex Brandon
Susie Wiles, que dirigiu a campanha presidencial de Donald J. Trump em 2024, será a primeira mulher a ocupar o cargo de chefe de gabinete da Casa Branca. A sua nomeação foi anunciada dois dias depois de Trump ter derrotado a vice-presidente Kamala Harris.
Com esta escolha, Trump recorreu a uma assessora que o conhece bem, que tem trabalhado perto dele e que compreende o seu modo de funcionamento. Wiles tem demonstrado a sua capacidade para sobreviver à gestão caótica de Trump, que fez com que no seu primeiro mandato passassem quatro chefes de gabinete pela Casa Branca.
Ela trabalhou nas campanhas do presidente eleito em 2016 e 2020 em cargos menos importantes. Trump trouxe-a de volta para gerir a sua operação política no início de 2021. "Susie é dura, inteligente, inovadora e é universalmente admirada e respeitada", afirmou Trump num comunicado onde anunciou esta decisão. "Não tenho dúvidas de que ela deixará o nosso país orgulhoso".
Steve Wiktoff, enviado especial para o Médio Oriente e Mike Huckabee, Embaixador de Israel
Os nomeados pelo presidente eleito para os cargos de enviados diplomáticos de alto nível de Israel e do Médio Oriente têm pouca experiência política na região.
Mike Huckabee, antigo governador do Arkansas, foi escolhido para ser o próximo embaixador dos Estados Unidos em Israel. Já afirmou que "não existe uma coisa chamada Palestina" e defendeu que toda a Cisjordânia pertencia a Israel.
A sua escolha, que requer a confirmação do Senado, foi muito bem recebida pelos funcionários israelitas que se opõem à criação de um Estado palestiniano.
Steven Witkoff, nomeado na terça-feira como enviado da nova administração para o Médio Oriente, angariou uma grande soma de dinheiro para a campanha de Trump, incluindo de doadores judeus.
Trump tem-se apresentado como o aliado mais forte de Israel e os analistas acreditam que é provável que ele torne a política externa dos EUA mais favorável para a nação judaica, especialmente após estas duas nomeações.
Howard Lutnik, Secretário do Comércio
AP Photo/Frank Eltman
O líder do gabinete de Trump para a transição e há muito diretor executivo da Cantor Fitzgerald (uma empresa de serviços finaneiros) foi a escolha do presidente eleito para a pasta do comércio. O departamento que vai ser a arma americana contra a China.
Lutnik, de 63 anos, já elogiou as políticas económicas de Trump, incluindo o uso de tarifas. Porém, as ligações das suas empresas à China - através das quais lucrou milhões de dólares - já levantaram suspeitas se seria a melhor pessoa para gerir as relações comerciais com aquele país.
"Os conflitos de interesse do Sr. Lutnick na China parecem ser substanciais. Como pode o povo norte-americano esperar que alguém que está na folha de pagamento do governo chinês ajude a nivelar o campo de jogo com a China para os trabalhadores norte-americanos?", perguntou o democrata Ron Wyden, que preside o comité financeiro do Senado.
Mike Waltz, conselheiro de Segurança Nacional
REUTERS/Mike Segar
O republicano, de 50 anos, que é um Boina Verde do Exército reformado tem sido um dos principais críticos da China, enquanto congressista. Ser conselheiro de segurança nacional é um papel importante no núcleo de poder do presidente, mas não requer confirmação do Senado.
Waltz, que é leal a Trump, e que já criticou as atividades chinesas no Pacífico, vai ser responsável por fornecer atualizações permanentes de possíveis problemas de segurança nacional e vai coordenar-se com as diferentes agências governamentais de segurança.
Linda McMahon, secretária de Educação
A escolha para a Educação recaiu sobre Linda McMahon mais conhecida por ser co-fundadora do franchise de wrestling profissional WWE. Aos 76 anos, regressa ao governo Trump, depois de ter liderado a Agência para as Pequenas Empresas, no primeiro mandato.
Agora tem em mãos um departamento que o presidente eleito já disse que gostaria de eliminar. McMahon já integrou a direção de educação do Connecticut e tem sido crítica dos programas DEI, desenhados para promover a diversidade nos locais de trabalho, universidades e outras instituições.
Karoline Leavitt, a porta-voz
A republicana de New Hampshire é a mais nova porta-voz da Casa Branca da história, chegando ao cargo aos 27 anos. Regressa ao número 1600 da Avenida Pensilvânia depois de aí ter estagiado no primeiro governo Trump. Apoiante acérrima do republicano foi a porta-voz da sua campanha.
Mehmet Oz, mais conhecido como Dr. Oz, foi nomeado por Trump para administrar os centros do Medicare e os serviços Medicaid. Oz é conhecido por ser a cara de um popular programa televisivo emitido durante anos, à frente do qual foi colecionando polémicas. Do tratamento da homossexualidade à venda de comprimidos milagroso para emagrecer.
Trump quer Oz trabalhe em parceria com Robert F. Kennedy Jr (nomeado para o departamento de Saúde), com o objetivo de cortar no que considera ser gastos desnecessários na saúde.
Jamieson Greer, representante comercial
O advogado Jamieson Greer vai ser o representante comercial dos EUA, tendo nas mãos a implementação de políticas tarifárias para países como Canadá, México e China. "Estou muito satisfeito por nomear Jamieson Greer para o cargo de representante comercial dos Estados Unidos", declarou Donald Trump, em comunicado.
Greer foi chefe de gabinete de Robert Lighthizer, antigo representante comercial de Trump e um cético em relação ao comércio livre, e é atualmente sócio do escritório de advogados King & Spalding em Washington. O escritório do representante comercial dos Estados Unidos (USTR, na sigla em inglês), que Greer vai lidar, vai desempenhar um papel fundamental ao lado do Departamento de Comércio na imposição das tarifas que Trump prometeu.
Trump ameaçou impor novas taxas sobre importações do México, Canadá e China, assim que tomar posse, como parte de esforços para travar a imigração ilegal e o tráfico de droga. Caso sejam aplicadas, as taxas podem aumentar drasticamente os preços para os consumidores norte-americanos, desde o gás até aos automóveis. Os Estados Unidos são o maior importador de bens do mundo, sendo o México, a China e o Canadá os três principais fornecedores.
Notícia originalmente publicada a 13 de novembro e atualizada a 27 de novembro com as mais recentes nomeações de Trump
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