O míssil hipersónico Oreshnik, estreado na quinta-feira, num ataque a um armazém militar em Dnipro, é capaz de transportar até oito ogivas nucleares ou mais de uma tonelada de TNT.
A Rússia lançou na quinta-feira um ataque com um míssil balístico de alcance intermédio contra uma instalação militar ucraniana como resposta ao lançamento de Kiev de armas ocidentais de longe alcance para território russo. Numa declaração pública ao país, Putin anunciou que este era um novo tipo de mísseis hipersónicos chamados "Oreshnik" (avelãzeira).
REUTERS/Sergey Pivovarov
"Foi testado um dos mais recentes sistemas russos de mísseis de médio alcance. Neste caso, com um míssil balístico equipado com tecnologia hipersónica sem carga nuclear", explicou o presidente russo na declaração ao país. "A Rússia realizou testes de combate do sistema de mísseis hipersónicos 'Oreshnik' em resposta às ações agressivas dos países da NATO contra a Rússia", acrescentou ainda Putin.
Esta foi a primeira vez que Moscovo utilizou um míssil balístico intercontinental de médio alcance contra a Ucrânia.
O míssil
O Oreshnik é um míssil hipersónico que viaja a uma velocidade dez vezes superior à velocidade do som (340 metros por segundo). Isto quer dizer que cobre uma distância de 3,40 quilómetros por segundo, ou mais de 12.000 km/hora.
Fontes russas citadas pela agência noticiosa Reuters referem ainda que este míssil tem um alcance de cerca de 5.000 quilómetros. Esta distância permite que a Rússia atinja com estes mísseis a maior parte dos países europeus e até a costa Oeste dos Estados Unidos.
O míssil parece também ser capaz de transportar várias ogivas que podem atacar alvos diferentes. A Reuters cita ainda especialistas em armamento russo que afirmam que estes mísseis podem transportar entre seis a oito ogivas nucleares. Desta vez, os mísseis não transportavam ogivas nucleares, mas sim ogivas "tradicionais", carregadas de TNT (trinitrotolueno, um explosivo). Calcula-se que estas ogivas tivessem 1,5 toneladas de TNT, o que implica uma enorme capacidade destrutiva.
De acordo com os especialistas, os sistemas de defesa aérea da Ucrânia não conseguem intercetar estes projécteis, mas os Estados Unidos têm sistemas que os conseguiriam travar.
A escalada da guerra
O presidente russo disse mesmo que a guerra na Ucrânia estava a expandir-se e a tornar-se um conflito global e que os Estados Unidos e o Reino Unido estavam a ajudar a Ucrânia a conseguir atacar o interior da Rússia, fornecendo-lhe os seus mísseis de longo alcance. Mas deixou um aviso: todos os países que ajudarem a Ucrânia nos seus esforços de guerra contra a Rússia podem vir a ser atacados pelas tropas leais a Moscovo.
Putin sugeriu mesmo a possibilidade da Rússia atingir instalações militares de qualquer país cujas armas fossem usadas pelas tropas ucranianas, incluindo os Estados Unidos. Na mesma declaração televisiva, Putin frisou ainda que os ataques contra a Rússia com armas ocidentais não mudarão o desfecho da "operação especial" na Ucrânia.
O presidente russo disse ainda que Moscovo responderá "de forma simétrica" a qualquer "escalada" do conflito.
Estes novos mísseis atacaram uma empresa de armamento em Dnipro, na Ucrânia, cidade que acolhe a empresa de desenvolvimento de mísseis e foguetões Pivdenmash.
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