Governo queria aprovar uma mudança na legislação que regula a eleição de juízes do próprio Constitucional e do Conselho Geral do Poder Judicial. O Partido Popular contestou e o caso abriu um precedente "nunca antes visto em 44 anos de democracia".
Espanha vive um verdadeiro impasse político e jurídico depois de o Tribunal Constitucional (TC) ter decidido impedir o debate e a votação de uma iniciativa no Senado.
REUTERS/Juan Medina
O governo liderado por Pedro Sánchez queria aprovar uma mudança na legislação que regula a eleição de juízes do próprio TC e do Conselho Geral do Poder Judicial, mas o Partido Popular enviou uma medida cautelar para o Constitucional, afirmando que tinham sido atropelados procedimentos parlamentares.
No entender do partido presidido por Alberto Feijóo, os socialistas e o Unido Podemos recorreram a mecanismos que permitiriam concretizar as mudanças legislativas em poucos dias e sem debate no Congresso e no Senado. Assim, por considerar que os deputados e senadores estavam a ser impedidos de exercer os seus direitos, o PP considerou o procedimento inconstitucional, um recurso que contou com o apoio do Cidadãos e do VOX.
Já esta segunda-feira à noite, um grupo de juízes do Tribunal Constitucional decidiu impedir o debate e a votação, uma decisão já considerada inédita na democracia espanhola.
Alberto Nuñez Feijóo, através de uma partilha no Twitter, considerou que com esta decisão a democracia espanhola tinha ficado "fortalecida", mas a oposição parece discordar.
No entender de Ander Gil, presidente do Senado, a medida abriu a porta a uma "crise institucional sem precedentes" por garantir que "em 44 anos de democracia jamais se havia despojado o parlamento da sua faculdade de legislar". No entender do político a decisão tem ainda contornos mais bizarros, uma vez que foi tomada em tempo recorde e sem ouvir o Senado ou o Congresso.
Também a presidente do Congresso, Meritxell Batet, e o ministro da Presidência, Félix Bolaños, já disseram que vão contestar a decisão que entendem ser de "gravidade máxima", mas garante que para já vão acatar a decisão do TC por respeito às instituições do Estado de Direito.
Já o ministro da Presidência, Félix Bolaños, diz tratar-se de uma decisão nunca antes vista em Espanha ou noutro país europeu, que tem como única missão "paralisar uma lei na sede da soberania nacional". Para o político, o Constitucional "paralisou a sua própria remodelação" depois de aceitar um recurso do Partido Popular que apenas quer "controlar o parlamento quando é maioria e quando não é".
Entretanto, esta terça-feira, a Comissão Europeia já apelou "a todas as autoridades" espanholas para atuarem "de acordo com as regras e procedimentos".
O porta-voz para a Justiça da Comissão Europeia (CE), Christian Wigand, não quis comentar de forma direta a decisão do TC, mas alertou que Bruxelas está a acompanhar as reformas na área da justiça no contexto do relatório anual que produz sobre o Estado de Fireito nos países da União Europeia.
Este relatório tem reiteradamente sublinhado que em Espanha estão a decorrer graves falhas na substituição dos juízes do Conselho Superior Judicial. Estas mudanças encontram-se bloqueadas há quatro anos por falta de acordo entre o Partido Popular e os partidos no governo, o que faz com que atualmente não existam juízes indicados na legislatura iniciada em 2019.
Para além disto, no Conselho do Poder Judicial e no TC há ainda juízes com mandatos caducados, em alguns casos há anos, e mantém-se nos dois órgãos uma "maioria conservadora", conectada com o PP e a direita em geral.
Para contornar o bloqueio, PSOE e Unidas Podemos usaram a figura das "emendas" e da "tramitação urgente", previstas no regulamento parlamentar, para fazer a alteração legislativa que ia ser votada no Senado na próxima quinta-feira e que já tinha sido aprovada pelo Congresso na semana passada. Já a oposição considerou que isto seria "um atalho" ou "um atropelo" legislativo que iria impedir o debate parlamentar.
Para poder adicionar esta notícia aos seus favoritos deverá efectuar login.
Caso não esteja registado no site da Sábado, efectue o seu registo gratuito.
Para poder votar newste inquérito deverá efectuar login.
Caso não esteja registado no site da Sábado, efectue o seu registo gratuito.
Seria bom que Maria Corina – à frente de uma coligação heteróclita que tenta derrubar o regime instaurado por Nicolás Maduro, em 1999, e herdado por Nicolás Maduro em 2013 – tivesse melhor sorte do que outras premiadas com o Nobel da Paz.
“S” sentiu que aquele era o instante de glória que esperava. Subiu a uma carruagem, ergueu os braços em triunfo e, no segundo seguinte, o choque elétrico atravessou-lhe o corpo. Os camaradas de protesto, os mesmos que minutos antes gritavam palavras de ordem sobre solidariedade e justiça, recuaram. Uns fugiram, outros filmaram.
É excelente poder dizer que a UE já aprovou 18 pacotes de sanções e vai a caminho do 19º. Mas não teria sido melhor aprovar, por exemplo, só cinco pacotes muito mais robustos, mais pesados e mais rapidamente do que andar a sancionar às pinguinhas?
Um bando de provocadores que nunca se preocuparam com as vítimas do 7 de Outubro, e não gostam de ser chamados de Hamas. Ai que não somos, ui isto e aquilo, não somos terroristas, não somos maus, somos bonzinhos. Venha a bondade.