Os talibãs chegaram ao poder no Afeganistão em agosto de 2021 e desde então os direitos das mulheres têm vindo a deteriorar-se.
O governo talibã do Afeganistão decretou uma proibição por tempo indefinido que impede as mulheres de entrar nas universidades. O Ministério do Ensino Superior enviou uma carta a todas as universidades públicas e privadas a dar conta da decisão em que se pode ler: "Estão informados que devem implementar a mencionada ordem de suspender a educação das mulheres até novo aviso". A carta foi partilhada no Twitter pelo porta-voz do Ministério do Ensino Superior, Ziaullah Hashimi.
REUTERS/Stringer
BREAKING: The Taliban have banned women from universities.
This is a shameful decision that violates the right to education for women and girls in Afghanistan. The Taliban are making it clear every day that they don't respect the fundamental rights of Afghans, especially women. pic.twitter.com/Ydf13rvsbF
Esta proibição ocorre apenas três meses depois de milhares de raparigas terem realizado os seus exames finais para admissão em universidades de todo o país, deitando assim abaixo todas as suas aspirações futuras.
Os talibã chegaram ao poder no Afeganistão em agosto de 2021 e, logo a partir dessa altura, todas as universidades foram obrigadas a tomar novas medidas, que incluíram salas de aula e entradas nos estabelecimentos de ensino diferenciadas por género e a obrigação de apenas mulheres ensinarem mulheres. Apesar de os talibã terem tentado manter a imagem de que respeitariam os direitos das muleres rapidamente se percebeu que era apenas uma estratégia de comunicação internacional e assuas condições de vida começaram a deteriorar-se.
Também no início deste ano letivo muitas adolescentes afegãs forambanidas do ensino secundárioprecisamente na manhã em que deveriam voltar às aulas, o que também limitava a entrada destas jovens na universidade. Nessa altura, vários funcionários públicos afirmaram que esta proibição era temporária tendo apresentado uma série de justificações, como a falta de financiamento ou a necessidade de adaptar as escolas às novas leis islâmicas.
Os talibã seguem uma versão radical do Islão, e são liderados por Hibatullah Akhundzada, o líder supremo. Opõem-se fortemente à educação moderna, especialmente no que toca às raparigas. No entanto, não foi apenas na educação que as mulheres viram os seus direitos negados: muitas foram expulsas de altos cargos públicos, obrigadas aindicar o nome de um homem que pudesse cumprir a mesma funçãoe até lhes foram oferecidos salários para se manterem em casa.
As mulheres foram também proibidas de viajar sem a presença de um parente do sexo masculino e devemapresentar-se com uma burcasempre que estão fora de casa. Mais recentemente, foram proibidas de ir a parques públicos,parques de diversões, ginásios e banhos públicos.
Desde que estas medidas foram tomadas várias organizações internacionais têm denunciado o aumento do casamento de mulheres adolescentes: muitas casam-se com homens bastante mais velhos escolhidos pelos pais. Várias famílias acabam por acreditar que é preferível que as filhas estejam casadas e garantam o seu futuro desta forma, do que se mantenham para sempre nas casas dos pais sem qualquer tipo de rendimentos.
A comunidade internacional ainda não reconheceu o regime talibã e tem feito da educação para todas as mulheres uma exigência para que tal aconteça. Num comunicado publicado pelo Conselho de Segurança da ONU em setembro foi garantido: "A comunidade internacional não esqueceu e não esquecerá as mulheres e meninas afegãs".
Stéphane Dujarric, porta-voz da ONU, já reagiu à nova decisão talibã, que considerou "claramente outra promessa quebrada pelos talibã". "É outro passo muito preocupante e é difícil imaginar como é que o país se pode desenvolver, lidar com todos os desafios que tem, sem a participação ativa das mulheres e a sua educação", afirmou.
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