Tem 18 anos, é estudante de engenharia, mora sozinho em Lisboa e é consumidor de cultura pop japonesa. É um consumidor ávido de vídeos de tiroteios nos Estados Unidos e queria replicar esses ataques em Portugal.
A Polícia Judiciária deteve na quinta-feira um jovem que tinha planeado levar um ataque violento na Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa (FCUL). O jovem de 18 anos chama-se João e é natural da Batalha, distrito de Leiria, e está a estudar engenharia em Lisboa. Mora sozinho num apartamento nos Olivais e ter-se-á radicalizado na Internet onde consumia vídeos de tiroteios e ataques que se passaram nos Estados Unidos.
O Correio da Manhã avançava ontem, quinta-feira, que João era vítima de bullying. Nas suas contas de redes sociais partilhava imagens de animes japoneses e mostrava bastante interesse em cultura popular japonesa.
Ao que a SÁBADO apurou, o jovem consumia de forma regular informação sobre tiroteios como os que têm ocorrido de forma regular em várias escolas dos Estados Unidos ao longo dos últimos anos, como Columbine (1999), Sandy Hook (2012) e Parkland (2018). O ataque que planeava tinha, inclusive, contornos semelhantes a alguns destes ataques que fizeram dezenas de vítimas.
Em casa de João não foram, no entanto, detetadas armas de fogo. O jovem tinha sim várias armas brancas, bem como material com potencial explosivo, como gasolina e botijas de gás. O jornal Público informa ainda que o jovem tinha um arco e flechas em casa. Em outubro, um atentado na cidade de Kongsberg, na Noruega, também foi levado a cabo com recurso a estas armas.
O plano do ataque estava bem detalhado, tendo a Polícia Judiciária encontrado planos de atuação com escalas de tempo e descrição pormenorizada do local a atacar.
O objetivo de João era matar o máximo de pessoas possível no ataque à Faculdade de Ciências. Para esta sexta-feira estavam marcados 47 exames de segunda fase e uma entrega de prémios, o que garantia que haveria centenas de pessoas na escola.
Ainda não se sabe o que motivava o jovem de 18 anos, mas é sabido que se radicalizou através da Internet, onde consumia vários vídeos de tiroteios e ataques, principalmente aqueles que eram levados a cabo nos Estados Unidos.
João foi detido esta quinta-feira de manhã, na sua casa. A investigação nacional partiu de uma pista dada pelo FBI. A denúncia das autoridades norte-americanas surgiu há uma semana, quando estas informaram Portugal de um utilizador com um determinado nickname que fez vários acessos a uma plataforma que estava a ser monitorizada. Esse utilizador, que veio a ser identificado como João, revelava intenções de levar a cabo um atentado em massa numa universidade, ao estilo do que tem acontecido nos Estados Unidos ao longo dos últimos anos.
Através do nickname coube aos inspetores da Unidade Nacional Contra Terrorismo chegar ao suspeito em questão. Quando encontraram, após alguma monitorização, decidiram partir para a detenção e busca domiciliária.
Vai ser presente a primeiro interrogatório judicial esta sexta-feira para conhecer as medidas de coação a que será sujeito. O jovem está indiciado pela prática de terrorismo.
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O descontentamento que se vive dentro da Polícia de Segurança Pública resulta de décadas de acumulação de fragilidades estruturais: salários de entrada pouco acima do mínimo nacional, suplementos que não refletem o risco real da função, instalações degradadas e falta de meios operacionais.