A ecologia da política mudou muito com o aparecimento do Chega, em conjunto com o papel político crescente das redes sociais.
É que estamos, em muitos aspectos, muito pior. A ecologia da política mudou muito com o aparecimento do Chega, em conjunto com o papel político crescente das redes sociais. Há também outra diferença, no PSD, no governo e na oposição. No período do governo Passos-Portas-troika o PSD fez uma viragem significativa à direita, com o pretexto das “ordens” da troika, que está longe de ser verdadeiro porque muitas iniciativas tiveram como motivo o “ir mais longe do que a troika”. Essa viragem fazia-se essencialmente pelo abandono do programa genético do PSD de Sá Carneiro, mas não impediu que houvesse avanços e recuos com Manuela Ferreira Leite e Rui Rio. Mas o custo principal da viragem à direita do PSD é duplo: descaracteriza-se o partido que passou a auto-classificar-se de direita (coisa que Sá Carneiro sempre recusou com veemência) e isso muda a atracção do recrutamento e a ascensão nas carreiras interiores e no acesso aos cargos dirigentes e, depois, fica-se mole face à direita radical. As fronteiras esbatem-se e em tudo o que é importante o Chega manda na agenda do PSD. Não, passou a ser sim.
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Há momentos que quebram um governo. Por vezes logo. Noutras, há um clique que não permite as coisas voltarem a ser como dantes. Por vezes são casos. Noutras, são políticas. O pacote laboral poderá ser justamente esse momento para a AD.
A recente manifestação dos juízes e procuradores italianos, que envergaram as suas becas e empunharam cópias da Constituição nas portas dos tribunais, é um sinal inequívoco de que mesmo sistemas jurídicos amadurecidos podem ser alvo de ameaças sérias à sua integridade.
Apoiando Marques Mendes, recuso-me a “relinchar” alegremente campanha fora, como parece tomar por certo o nosso indómito candidato naquele tom castrense ao estilo “é assim como eu digo e porque sou eu a dizer, ou não é de forma alguma!”.
O tarefeiro preenche um buraco, não constrói a casa. Tal como no SNS, a proliferação de tarefeiros políticos não surge do nada. É consequência de partidos envelhecidos, processos de decisão opacos, e de uma crescente desconfiança dos cidadãos.