Sábado – Pense por si

€2 mil por uma barraca, com puxada de água e luz. O negócio escondido das barracas

Rita Rato Nunes
Rita Rato Nunes 12 de agosto de 2025 às 23:00

Não é de agora, nem é exclusivo do Talude. Há quem pague por uma "casa" de madeira e chapa em Odivelas, Almada e Setúbal. Os vendedores são membros da comunidade

J., 25 anos, chegou há dois meses da ilha de Santiago, em Cabo Verde, com os dois filhos menores. Aterraram em Lisboa e foram diretos para o Barruncho, em Odivelas - um bairro de barracas que existe desde a década de 60, onde ainda hoje vivem cerca de 90 famílias, com promessas de realojamento. A mãe de J. mora ali há duas décadas. Veio para receber tratamento médico e ficou. J. está à procura de trabalho: “Em Cabo Verde trabalhamos, mas recebemos pouco”, explica, saltando do português para o crioulo. Os filhos entretêm-se à sombra de uma lona a brincar. Como J. não tem dinheiro, conta que é a mãe que paga as despesas. “É a minha mãe que paga a renda.” Renda? “Sim.” Quanto paga? “Mais ou menos 300 euros.”

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