O projeto surgiu na rede social X, antigo Twitter. Os seus impulsionadores conseguiram várias doações para espalhar três cartazes em Lisboa.
Na noite de terça-feira, foram expostos na avenida Almirante Reis em Lisboa, e em Loures e Oeiras três cartazes para a sensibilização dos abusos sexuais cometidos pela Igreja Católica, poucas horas antes da chegada do Papa Francisco a Lisboa. Nestes três locais, vão desenrolar-se eventos da JMJ.
REUTERS/Catarina Demony
A campanha surgiu na rede social X, antigo Twitter, devido a uma designer. Pouco tempo depois, um outro utilizador sugeriu que fosse criado um cartaz para o exterior financiado através de campanha de crowfunding. O projeto começou com apenas um cartaz, mas rapidamente o valor duplicou, o que permitiu a impressão de dois cartazes. Devido a estes resultados, foi aberto outro crowdfunding que permitiu a impressão de um terceiro cartaz.
Um dos cartazes está exposto na Alameda D. Afonso Henriques, em Lisboa, com a mensagem "Mais de 4800 crianças abusadas sexualmente pela Igreja Católica em Portugal", escrita em inglês de forma a sensibilizar os peregrinos vindos para a Jornada Mundial da Juventude. A ilustração do cartaz é com 4800 pontos que representa cada uma das vítimas dos abusos.
O grupo que organizou esta campanha denomina-se como This is Our Memorial. "Nada pode reparar a experiência e a vida destas mais de 4.800 vítimas", escreveram na sua página. "O que podemos e devemos fazer é recordá-las. Dar-lhes voz. Para que o que aconteceu não volte a acontecer", acrescentam.
A Jornada Mundial da Juventude (JMJ) realiza-se seis meses depois de a Comissão Independente para o Estudo dos Abusos Sexuais na Igreja Católica Apostólica Romana (ICAR) publicar um relatório que revelou que pelo menos 4.815 menores foram vítimas de abusos sexuais por membros da igreja católica durante sete décadas. O relatório contou com 512 testemunhos, sendo a sua maioria crianças nascidas entre 2011, 2013 e 2016, e a comissão afirmou que isto era "apenas a ponta do icebergue".
O Papa Francisco, que aterrou em Portugal na manhã desta quarta-feira, na base militar de Figo Maduro, deverá encontrar-se em privado com as vítimas de abusos sexuais da igreja.
Na viagem o Papa mencionou aos jornalistas que "vamos continuar a agitar as coisas". Desde a sua eleição em 2013, introduziu novas mudanças à Igreja, como atribuir mais funções às mulheres e tornou a igreja mais acolhedora em relação a alguns grupos como a comunidade LGBT+, algo que perturbou os membros conservadores.
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