O poder não se mede em tanques ou mísseis: mede-se em espírito. A reflexão, com a assinatura do general Zaluzhny, tem uma conclusão tremenda: se a paz falhar, apenas aqueles que aprendem rápido sobreviverão. Nós, europeus aliados da Ucrânia, temos de nos apressar: só com um novo plano de mobilidade militar conseguiríamos responder em tempo eficaz a um cenário de uma confrontação direta com a Rússia.
O general Zaluzhny, hoje embaixador da Ucrânia em Londres, comandante das Forças Armadas da Ucrânia nos primeiros dois anos de invasão russa, tem produzido reflexões relevantes sobre o que esta guerra ensinou aos ucranianos. Vale a pena pensar sobre as dez lições sobre a existência da Ucrânia que identificou. Aqui fica a primeira: "Nós somos o Estado. Em 24 de fevereiro de 2022, a Ucrânia sobreviveu porque as pessoas comuns se recusaram a desistir. Não instituições, não abstrações - pessoas. A segurança tem sempre um custo. E a sociedade deve estar pronta para pagá-lo". A segunda vai direitinha para a Rússia: "O inimigo nunca é tão grande quanto a propaganda afirma. O poder não se mede em tanques ou mísseis, mas em espírito. A vontade de resistir, mesmo contra uma força avassaladora." O ponto 3 é dirigido aos europeus: "Um vizinho que se recusa a ajudar numa crise torna-se parte dessa crise. A amizade deve ser mútua. Devemos saber defender-nos daqueles que não querem ser nossos amigos". No ponto 4, Zaluzhny, general de quatro estrelas, reflete sobre os diferentes teatros de operações de uma guerra: "A derrota no campo de batalha leva a ataques noutros lugares. Se o inimigo não conseguir vencê-lo numa guerra aberta, tentará pela sua retaguarda, pela sabotagem, pela intimidação e pela pressão sobre os seus aliados". No quinto, o general reflete: "Não há milagres na guerra. Apenas leis. Algumas tão antigas quanto a História, outras recém-criadas. Ignorá-las é convidar à derrota. Aprendê-las pode exigir um preço terrível."
Para poder adicionar esta notícia aos seus favoritos deverá efectuar login.
Caso não esteja registado no site da Sábado, efectue o seu registo gratuito.
Para poder votar newste inquérito deverá efectuar login.
Caso não esteja registado no site da Sábado, efectue o seu registo gratuito.
É muito evidente que hoje, em 2025, há mais terraplanistas, sim, pessoas que acreditam que a Terra é plana e não redonda, do que em 1925, por exemplo, ou bem lá para trás. O que os terraplanistas estão a fazer é basicamente dizer: eu não concordo com o facto de a terra ser redonda.
O espaço lusófono não se pode resignar a ver uma das suas democracias ser corroída perante a total desatenção da opinião pública e inação da classe política.
O regresso de Ventura ao modo agressivo não é um episódio. É pensado e planeado e é o trilho de sobrevivência e eventual crescimento numa travessia que pode ser mais longa do que o antecipado. E que o desejado. Por isso, vai invocar muitos salazares até lá.