Documentos considerados "ultra secretos", informações como o número exato de baixas sofridas ou os próximos passos do exército ucraniano. Todos estes dados estavam sob alçada do governo norte-americano, mas acabaram por ser expostos numa fuga de informação inédita.
Que tipo de informação foi divulgada?
REUTERS/Yan Dorbronosov
São cerca de uma centena de documentos que estavam na pose do Departamento de Defesa dos Estados Unidos da América (EUA) e onde, de acordo com a BBC, constavam mapas, cronogramas militares, gráficos e fotografias.
Alguns estavam classificados como "ultra secretos", enquanto outros continham dados tão específicos como o número de baixas sofridas, o tipo de treino usado ou o equipamento de cada brigada.
Ao mesmo tempo, foi ainda divulgada uma lista com todos os veículos que a Ucrânia tem ou terá nos próximos tempos ao seu dispor através das medidas de cooperação internacional.
Qual a veracidade dos documentos tornados públicos?
A imprensa norte-amerciana dá conta que funcionários do Pentágono já confirmaram, de forma anónima, a veracidade de alguns documentos. Porém, já se sabe que algumas informações foram propositadamente alteradas, como o número de baixas.
Washington há muito que partilha uma estimativa atualizada das mortes ucranianas na guerra - alertando sempre que estes dados poderão não ser exatos - mas dando conta de que situará entre as 16 mil a 17.5 mil.
Agora, numa página do Telegram pró-russa, foi divulgado um destes documentos onde se vê que estes números foram invertidos, passando para os 61 mil a 71.5 mil.
Quem poderá ter tornado os dados públicos?
Esta é a pergunta para a qual ainda não há resposta e se as forças norte-americanas já sabem ainda não a tornaram pública. Certo é que os documentos apareceram inicialmente na plataforma Discord – uma rede social utilizada por jogadores – e depois no 4Chan e Telegram.
Quais os reais impactos no conflito?
Entre os dados tornados públicos há questões específicas relativas a uma contra ofensiva ucraniana preparada para o período de primavera. Ao mesmo tempo, foi divulgada a capacidade real da defesa aérea do país, dando conta de baixas significativas, e o estado real do terreno depois de um inverno severo.
E aqui as opiniões dividem-se: por um lado há quem defenda que todos estes dados poderão ser usados pelos militares russos para mudar o curso da guerra; por outro há quem diga que o mais provável é que o serviço de inteligência de Moscovo já tivesse conhecimento dos mesmos.
Como vê a Ucrânia e a Rússia esta fuga de informação?
Dos dois lados do conflito as perceções sobre este tema são diversas. A Ucrânia tem sido excessivamente zelosa na proteção de dados fundamentais para o seu sucesso militar e esta fuga põe em causa muito do trabalho feito nos últimos meses. Ainda assim, o governo já reagiu dizendo que tudo não passa de uma "campanha de desinformação da Rússia".
Já a teoria adotada pelo Kremlin é a inversa, ou seja, acusa a Ucrânia de uma campanha de desinformação. Sendo que nos últimos dias vários influencers militares disseram que os dados faziam parte de "uma conspiração ocidental para enganar os comandantes russos".
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