Qatar, um dos mediadores, anunciou uma conferência de imprensa para esta quarta-feira. Libertação de reféns e retirada completa das tropas israelitas estão em cima da mesa.
O Hamas aceitou a proposta de cessar-fogo em Gaza, um possível sinal de que a guerra entre Israel e o Hamas na Faixa de Gaza pode estar para breve. A agência noticiosa Reuters avançou que o grupo terrorista deu a sua aprovação verbal e que aguardava mais informação para dar a sua concordância por escrito. Entretanto, o Ministério dos Negócios Estrangeiros do Qatar anunciou que dará uma conferência de imprensa esta quarta-feira acerca do cessar-fogo. Ainda não se sabe a que horas começará.
AP Photo/Maya Alleruzzo
Os enviados da Casa Branca de Biden e da nova administração de Trump estão a participar, desde terça-feira, naquilo a que se tem chamado de "rodada final" de negociações entre Israel, Egito e Qatar, que duraram mais de oito horas. De acordo com os meios de comunicação sociais israelitas e relatórios do Qatar, o acordo envolve a libertação inicial de 33 reféns israelitas, incluindo crianças, mulheres, idosos e doentes, e 1.000 prisioneiros palestinianos do lado de Israel, além da retirada parcial das tropas numa primeira fase com duração de 60 dias.
O que implica a primeira fase do acordo?
A agência Associated Press acedeu a um rascunho que inclui três fases, baseando-se num esquema criado pelo presidente dos EUA, Joe Biden, e pelo Conselho de Segurança da ONU. A primeira fase implica a libertação dos 33 reféns ao longo de seis semanas, em troca dos mil prisioneiros palestinianos. A escolha das pessoas será complicada, indica a Associated Press: o acordo vincula o Hamas a incluir mulheres, crianças e pessoas acima de 50 anos, bem como a libertar soldados do sexo feminino que ainda estejam vivas. Caso os vivos não cheguem a 33, serão entregues corpos. Israel crê que a maioria destes 33 reféns estão vivos.
Outra dificuldade é que há reféns sob jugo de outros grupos militantes que não o Hamas, e pedir a entrega destas pessoas pode ser um problema. No primeiro dia oficial de cessar-fogo, o Hamas deve libertar três reféns, mais quatro no sétimo dia. Depois, tem que fazer libertações semanais.
Entre os prisioneiros palestinianos libertados por Israel, figuram 30 combatentes do Hamas que estão a cumprir penas perpétuas.
Esta primeira fase terá a duração de 42 dias, ao longo dos quais Israel se deve retirar dos centros populacionais da Faixa de Gaza, permitindo que os palestinianos voltem às suas casas no norte. Nesta primeira fase, Telavive mantém o controlo do corredor de Filadélfia, território ao longo da fronteira entre Gaza e o Egito, apesar de o Hamas desejar a sua saída.
O exército israelita abandona sim o chamado corredor de Netzarim, no centro de Gaza. Ao longo da guerra, o exército israelita separou o norte do resto de Gaza através desta faixa onde foram construídas bases e afastada a população civil. O objetivo era revistar as pessoas que fugiam do norte para o centro e impedir quem tentasse voltar.
Na primeira semana da primeira fase, as tropas israelitas deverão retirar-se da principal estrada costeira de norte a sul, a Rasheed Street, o que irá abrir uma via para os palestinianos que voltam ao norte. No 22.º dia, as tropas deverão retirar-se por completo do corredor de Netzarim.
Telavive concorda ainda em aumentar a entrada de ajuda humanitária na Faixa de Gaza, com 600 camiões diários.
Abed Rahim Khatib/picture-alliance/dpa/AP Images
O que se sabe acerca da segunda fase?
Os detalhes da segunda fase serão negociados durante a primeira fase do cessar-fogo, mais precisamente a partir do 16.º dia. Porém, salienta a Associated Press, o rascunho a que teve acesso não inclui garantias escritas que obriguem Israel a respeitar o cessar-fogo após a primeira fase, o que pode levar ao reinício da ofensiva.
A segunda fase inclui a libertação de todos os reféns que restam – na sua maioria soldados –, em troca de um cessar-fogo permanente e a retirada completa de soldados israelitas.
Do seu lado, o Hamas disse que não libertará reféns sem que a guerra termine e que Israel abandone Gaza. Já Netanyahu sustenta que vai continuar a lutar até que as capacidades militares e de administração do grupo terrorista sejam eliminadas.
E a terceira fase?
Os mediadores – Egito, Qatar e EUA – pretendem chegar a acordo para a terceira fase antes que a primeira chegue ao fim. À Associated Press, um responsável israelita disse que o país pretende reter alguns "ativos" ao longo das negociações, numa referência à presença militar.
Segundo o rascunho, a terceira fase implica a devolução de corpos dos reféns restantes em troca de um plano de reconstituição de Gaza com duração entre três e cinco anos e sob supervisão internacional.
Caso não seja encontrada uma alternativa para governar a Faixa de Gaza durante estas conversações, o Hamas pode ficar a controlar o território.
A guerra em Gaza já matou mais de 46 mil pessoas, de acordo com o Ministério da Saúde, liderado pelo Hamas, e já deslocou milhões. Contudo, depois de vários avanços e recuos crescem agora as esperanças que será colocado um fim a este conflito. Mas de acordo com um estudo recente publicado na revista científica The Lancet, os investigadores calculam que o número de mortes causados pela ofensiva israelita pode ter causado mais de 64 mil mortes entre outubro de 2023 e o final de junho de 2024.
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