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Israel retira-se do Corredor de Netzarim. Hamas fala em sinal do fracasso da guerra em Gaza

Medida faz parte do acordo de cessar-fogo, passando esta estrada artificial no centro do enclave a permitir a livre circulação de veículos entre o norte e o sul. Apesar de o governo israelita não ter confirmado oficialmente esta retirada, o Hamas já reagiu.

O exército israelita retirou-se este domingo do Corredor de Netzarim, uma estrada artificial que divide a Faixa de Gaza, confirmou a rádio militar de Israel.

REUTERS/Dawoud Abu Alkas

A medida, prevista para o 22.º dia do acordo de cessar-fogo com o Hamas, permite que os palestinianos deslocados pela guerra regressem às suas casas no norte do enclave, utilizando toda a largura do corredor. Israel já se retirou parcialmente do Corredor de Netzarim há quase duas semanas, mas manteve algumas posições no lado oriental da estrada (mais próximo do território israelita).

A partir de agora, as forças israelitas só estarão posicionadas no Corredor de Filadélfia (ao longo da fronteira com o Egito) e na "zona tampão" de um quilómetro de largura que separa Gaza de Israel.

O exército israelita ainda não confirmou oficialmente a sua retirada de Netzarim. Mas o Hamas, que governa a Faixa de Gaza, já reagiu dizendo que esta retirada confirma o fracasso da ofensiva de Israel.

"A retirada do exército de ocupação sionista do eixo de Netzarim é uma vitória da vontade do nosso povo", afirmou o Hamas num comunicado citado pela agência espanhola EFE. Para o grupo extremista palestiniano, trata-se de "uma recompensa pela firmeza e heroísmo" da resistência do Hamas e dos palestinianos e "uma confirmação do fracasso dos objetivos da agressão terrorista".

Entretanto, Israel enviou no sábado à noite uma delegação a Doha, no Catar, para negociar "pormenores técnicos" do acordo de cessar-fogo, mas não a forma de implementar a segunda fase, noticiaram hoje os meios de comunicação israelitas.

Segundo o acordo, as conversações indiretas com os mediadores (EUA, Catar e Egito) sobre a segunda fase do acordo, em que serão libertados os restantes reféns vivos, deveriam ter começado no 16.º dia após a entrada em vigor do cessar-fogo, ou seja, a 3 de fevereiro.

Questionado pela EFE, Basem Naim, membro do gabinete político do Hamas, confirmou que as negociações ainda não começaram, o que põe em risco um acordo que já permitiu a libertação com vida de 21 reféns em Gaza (16 israelitas e cinco tailandeses) em troca de mais de 700 prisioneiros e detidos palestinianos.

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