Ex-ministro de Passos Coelho está a ser ouvido na Comissão Parlamentar de Inquérito à TAP.
O antigo ministro da Economia, António Pires de Lima, foi ouvido esta quarta-feira na Comissão Parlamentar de Inquérito à companhia aérea portuguesa e defendeu que o negócio com a Airbus que permitiu capitalizar a TAP na privatização de 2015 foi feito a preços de mercado e beneficiou a companhia. Ainda assim, reconheceu que, se ficar provado que osgovernos foram enganados, têm de ser "tiradas consequências".
MIGUEL A. LOPES/LUSA
"Continuo convencidíssimo de que o negócio que se fez foi feito a preços de mercado, a TAP não foi prejudicada e bem pelo contrário. Através destes fundos Airbus foi capitalizada em 226 milhões de euros e, com isso, conseguiu iniciar um projeto de desenvolvimento e crescimento que durou até 2019", afirmou.
Em causa estãoos chamados fundos Airbus resultantes de um negócio do ex-acionista privado da transportadora, David Neeleman, com a fabricante de aviões que envolveram a troca de uma encomenda de doze A350 por cinquenta e três de uma nova gama, bem como uma "contribuição" superior a 200 milhões de euros da fabricante ao empresário.
No ano passado, a companhia aérea deu início a uma auditoria por haver suspeitas de que a TAP estaria alegadamente a pagar um valor superior pelos aviões comparativamente aos concorrentes. O caso levou à abertura de um inquérito pelo Ministério Público cujas conclusões ainda não são conhecidas. Pires de Lima disse não ter sido contactado pela Justiça e garantiu que "não conhece" qualquer auditoria ou resultados da mesma.
Ainda assim, o antigo ministro da Economia do Governo PSD/CDS-PP considera todas as suspeitas "altamente improváveis" e assegurou que os aviões foram adquiridos 4% abaixo do preço justo de mercado e o plano de capitalização apresentado pela Atlantic Gateway "foi cumprido" mas deixou uma ressalva.
"Se por acaso se provar que foi a TAP a avançar o dinheiro à Airbus para ela dar ao senhor David Neeleman, então estamos, de facto, perante uma operação que não foi uma capitalização", disse em resposta ao deputado do Bloco de Esquerda, Pedro Filipe Soares.
MAs o antigo ministro foi mais longe e, depois de classificar por diversas vezes David Neeleman como um empresário hábil, admitiu que não o incomodava que Neeleman ou a Airbus ganhassem dinheiro com o negócio, uma vez que foi o empresário que assumiu o balanço da empresa.
"Com a criação de riqueza dos outros, eu não durmo mal. Para mim o que era importante – e aqui se calhar discordamos - é que a TAP tivesse uma solução, deixasse de ser uma empresa em falência técnica", argumentou.
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