Na resposta a 80 perguntas enviadas pela comissão parlamentar de inquérito à TAP, o empresário assegurou que "as ações da TAP foram pagas pela Atlantic Gateway à Parpública pelo valor acordado e que correspondeu a 10 milhões de euros".
O empresário David Neeleman, antigo acionista da TAP, rejeitou que os chamados 'fundos Airbus' tenham sido usados para comprar ações da transportadora aérea, garantindo mesmo que ajudaram a salvar a companhia "de uma insolvência imediata".
O empresário, que respondeu a 80 perguntas enviadas pela comissão parlamentar de inquérito à TAP, documento a que a Lusa teve acesso, disse que os montantes qualificados como 'fundos Airbus', uma terminologia que considera estar a ser usada "impropriamente", não "serviram para adquirir as ações da TAP".
Pelo contrário, assegurou, "as ações da TAP foram pagas pela Atlantic Gateway à Parpública pelo valor acordado e que correspondeu a 10 milhões de euros".
Segundo Neeleman, "este preço foi pago com fundos próprios da Atlantic Gateway", acrescentando que "antes de ser efetivado qualquer acordo com a Airbus", antes de "ter administradores nomeados na TAP, antes de ter qualquer ação ou direito de voto na TAP, a Atlantic Gateway teve de pagar à Parpública, com fundos próprios, um adiantamento de preço no montante de dois milhões de euros, em 24 de junho de 2015, data da celebração do acordo de venda direta".
Neeleman garantiu que estes fundos "foram integralmente utilizados na capitalização da TAP no âmbito do Projeto Estratégico" que foi preparado "e que foi integralmente validado tanto pelo Governo aquando do processo de privatização, como pelos vários Governos que se seguiram".
"De resto", acrescentou, "mesmo com o plano de restruturação da TAP aprovado pelo atual Governo e pela Comissão Europeia, não foi feita qualquer mudança de fundo" ao Projeto Estratégico apresentado.
"Se a Atlantic Gateway propôs o referido Projeto Estratégico, foi convicta da sua oportunidade e sucesso", destacou. Para Neeleman, as necessidades de capitalização da TAP "eram de tal forma urgentes e indisputáveis, que logo em 2015 e 2016 esses fundos foram utilizados e consumidos pela TAP no pagamento de salários e nas suas necessidades imediatas de tesouraria".
O empresário garantiu mesmo que "tais fundos, em conjunto com as outras prestações acessórias e o empréstimo da Azul, salvaram a TAP de uma insolvência imediata".
"Ao contrário do que alguns pretendem fazer crer e uma mentira não se torna verdade por ser repetida muitas vezes, a encomenda que a TAP tinha com a Airbus dos A350 não tinha valor económico, porque a posição no contrato não era transmissível", referiu ainda.
Ou seja, "a TAP não podia ir ter com outra operadora e vender-lhe a sua posição na encomenda dos A-350 porque a Airbus simplesmente não autorizava", disse Neeleman.
O empresário rejeitou ter feito um mau negócio para a TAP na renovação da frota.
"Eu não fiz um mau negócio para a TAP, não prejudiquei a empresa e jamais -- como já ouvi dizer e escrever -- 'recebi luvas' ou comissões pelo negócio com a Airbus. Tal suspeita é insultuosa e inaceitável", vincou.
Neeleman destacou que "o contrato dos 12 aviões A350 exigia que a TAP pagasse os 'pre-delivery payments' [pagamentos antes da entrega] quando não tinha tesouraria para o fazer, portanto era evidente que a TAP ia perder esse contrato podendo a Airbus reter os montantes que, entretanto, tinham sido pagos pela TAP".
O negócio entre David Neeleman e a Airbus permitiu a capitalização da companhia pela Atlantic Gateway (consórcio de Neeleman com Humberto Pedrosa que ganhou a privatização feita pelo Governo PSD/CDS-PP), no valor de 226,75 milhões de euros.
O antigo secretário de Estado Sérgio Monteiro disse, no parlamento, ter ficado com a convicção de que se tratou de um desconto comercial, devido à dimensão da encomenda.
Adicionalmente, uma auditoria pedida pela TAP concluiu, no ano passado, haver indícios de que a companhia possa estar a pagar mais do que as concorrentes pelos aviões Airbus, tendo o Governo decidido enviá-la para o Ministério Público, que abriu um inquérito.
Para poder adicionar esta notícia aos seus favoritos deverá efectuar login.
Caso não esteja registado no site da Sábado, efectue o seu registo gratuito.
O humor deve ser provocador, desafiar convenções e questionar poderes. É um pilar saudável da liberdade de expressão. Mas quando deixa de ser crítica legítima e se transforma num ataque reiterado e desproporcional, com efeitos concretos e duradouros na vida das pessoas, deixa de ser humor.
O poder não se mede em tanques ou mísseis: mede-se em espírito. A reflexão, com a assinatura do general Zaluzhny, tem uma conclusão tremenda: se a paz falhar, apenas aqueles que aprendem rápido sobreviverão. Nós, europeus aliados da Ucrânia, temos de nos apressar: só com um novo plano de mobilidade militar conseguiríamos responder em tempo eficaz a um cenário de uma confrontação direta com a Rússia.
Até porque os primeiros impulsos enganam. Que o diga o New York Times, obrigado a fazer uma correcção à foto de uma criança subnutrida nos braços da sua mãe. O nome é Mohammed Zakaria al-Mutawaq e, segundo a errata do jornal, nasceu com problemas neurológicos e musculares.