"É impossível parar a guerra porque todos os esforços nesse sentido são vetados pelo agressor", lamentou o presidente da Ucrânia. Embaixador russo esteve a olhar para o telemóvel durante a intervenção.
Volodymyr Zelensky já está a discursar perante o Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) dedicado à guerra na Ucrânia. O presidente ucraniano arrancou depois de um protesto do embaixador da Rússia junto da ONU, Vassily Nebenzia. Sergei Lavrov, o ministro dos Negócios Estrangeiros russo, não se encontra na sala.
REUTERS/Mike Segar
O presidente da Ucrânia começou o seu discurso a lamentar os 574 dias de guerra e a defender o direito à autodefesa do seu país. Advoga que ajudar a Ucrânia com armas e sanções ajuda "a defender a Carta das Nações Unidas".
"A maioria do mundo" reconhece que as ações russas na Ucrânia são "criminosas e não foram provocadas", garante. Porém, "a Humanidade já não mantém as esperanças na ONU acerca da defesa das fronteiras soberanas das nações". Zelensky vai mais longe e pede mesmo o fim do poder de veto da Rússia, um dos cinco países que o detém.
"É impossível parar a guerra porque todos os esforços nesse sentido são vetados pelo agressor", afirmou.
"Nestes dias, durante a Assembleia-Geral, ouvimos a palavra desigualdade demasiadas vezes. A desigualdade é mencionada por países diferentes, tanto grandes como pequenos. É precisamente a desigualdade que torna a ONU ineficaz", considerou o presidente ucraniano. "Sei que a ONU é capaz de mais. Confio que a Carta das Nações Unidas possa funcionar de facto, pelo bem da paz e da segurança globais. Contudo, para que tal aconteça, as discussões que duram anos e os projetos de reforma da ONU têm que ser traduzidos num processo viável de reforma, e não pode ser só sobre representação aqui no Conselho de Segurança, sobre o poder de veto."
Zelensky defendeu a unidade africana de forma a que o continente tenha um lugar permanente no Conselho, e acredita que a Ásia devia ter uma melhor representação, bem como a Alemanha e os estados do Pacífico.
Este Conselho de Segurança é presidido pela Albânia, cujo primeiro-ministro, Edi Rama, defendeu o direito de Zelensky a discursar perante o protesto russo. "Quero assegurar aos nossos colegas russos e a todos aqui que esta não é uma operação especial da presidência albanesa. Há uma solução para isto. Se concordar, acaba com a guerra e o presidente Zelensky não irá discursar", afirmou.
Ao longo dos últimos 19 meses, o Conselho de Segurança da ONU discutiu a guerra várias vezes, mas viu a sua ação limitada devido ao poder de veto da Rússia.
António Guterres, secretário-geral da ONU, abriu a reunião. "A guerra da Rússia na Ucrânia está a agravar as tensões geopolíticas, a ameaçar a estabilidade regional, a aumentar a ameaça nuclear e a criar fissuras profundas no nosso mundo crescentemente multipolar", afirmou.
Para poder adicionar esta notícia aos seus favoritos deverá efectuar login.
Caso não esteja registado no site da Sábado, efectue o seu registo gratuito.
O humor deve ser provocador, desafiar convenções e questionar poderes. É um pilar saudável da liberdade de expressão. Mas quando deixa de ser crítica legítima e se transforma num ataque reiterado e desproporcional, com efeitos concretos e duradouros na vida das pessoas, deixa de ser humor.
O poder não se mede em tanques ou mísseis: mede-se em espírito. A reflexão, com a assinatura do general Zaluzhny, tem uma conclusão tremenda: se a paz falhar, apenas aqueles que aprendem rápido sobreviverão. Nós, europeus aliados da Ucrânia, temos de nos apressar: só com um novo plano de mobilidade militar conseguiríamos responder em tempo eficaz a um cenário de uma confrontação direta com a Rússia.
Até porque os primeiros impulsos enganam. Que o diga o New York Times, obrigado a fazer uma correcção à foto de uma criança subnutrida nos braços da sua mãe. O nome é Mohammed Zakaria al-Mutawaq e, segundo a errata do jornal, nasceu com problemas neurológicos e musculares.