Os líderes da ONU, Estados Unidos e Brasil já discursaram perante a Assembleia-Geral da ONU. Os desafios climáticos são outro tema que marca as intervenções.
A guerra na Ucrânia marcou os discursos no arranque da Assembleia-Geral das Nações Unidas, que junta esta terça-feira vários líderes mundiais em Nova Iorque, EUA, apesardas pesadas ausências. António Guterres, secretário-geral da ONU, definiu o conflito na Ucrânia como uma violação da Carta das Nações Unidas.
"O nosso mundo está a ficar desequilibrado. As tensões geopolíticas estão a aumentar. Os desafios globais acumulam-se. E parecemos incapazes de nos juntar para responder", lamentou. "Se cada país cumprisse as suas obrigações de acordo com a Carta [das Nações Unidas], o direito à paz seria garantido. Quando os países quebram essas regras, criam um mundo de insegurança para todos. Prova A: a invasão russa da Ucrânia. A guerra, em violação da Carta das Nações Unidas e da lei internacional, desencadeou um nexo de horror: vidas destruídas; direitos humanos abusados; famílias desfeitas; crianças traumatizadas; esperanças e sonhos estilhaçados."
"Além da Ucrânia, esta guerra tem implicações sérias para todos. As ameaças nucleares colocam-nos a todos em risco", frisou o líder da ONU, cujo Conselho de Segurança não conseguiu atuar sobre a guerra devido ao poder de veto da Rússia, um dos cinco membros permanentes.
Também as alterações climáticas não foram esquecidas no discurso de António Guterres. "Os países do G20 são responsáveis por 80% das emissões de gases de estufa. Têm que liderar. Têm que acabar com o seu vício de combustíveis fósseis e apoiar as descobertas da Agência Internacional de Energia em como as licenças de combustíveis e gás são incompatíveis com manter vivo o limite de 1,5ºC [de aumento da temperatura global até 2030]", sublinhou.
Seguiu-se Lula da Silva, presidente do Brasil, que recentemente disse queia rever a adesão do Brasil ao Tribunal Penal Internacional- que emitiu um mandado de prisão contra Vladimir Putin - e que garantiu que se fosse ao Brasil, o presidente russo não seria detido. Sobre a guerra na Ucrânia, Lula disse "não subestimar as dificuldades em alcançar a paz, mas nenhuma solução será duradoura caso não se baseie no diálogo".
"Reiterei que é preciso trabalhar para criar espaço para negociações", afirmou.
Perante os países, também avisou acerca do risco de golpe de Estado na Guatemala. "Na Guatemala, há o risco de um golpe, que impediria a tomada de posse do vencedor das eleições democráticas", Bernardo Arévalo. Também os EUA manifestaram preocupação com a situação na Guatemala.
Enquanto presidente do Brasil, Lula prometeu lutar contra o femicídio e as formas de violência contra as mulheres, bem como apoiar os direitos dos grupos LGBTQI e pessoas com deficiência. Sobre a questão climática, Lula da Silva salientou que as populações vulneráveis do sul são as que mais sofrem. "Os mais ricos que compõem 10% da população mundial são responsáveis por quase metade de todo o dióxido de carbono libertado para a atmosfera. Nós, os países em desenvolvimento, não queremos repetir este modelo."
Joe Biden também dedicou parte do seu discurso à Ucrânia. "A Rússia crê que o mundo se fartará e deixará que se brutalize a Ucrânia sem consequências. Se permitirmos que a Ucrânia seja talhada, será a independência de qualquer nação segura?", questionou. Ao garantir que os EUA e os seus aliados ficarão ao lado de Kiev, defendeu que "a Rússia sozinha tem a responsabilidade por esta guerra. A Rússia sozinha tem o poder de acabar imediatamente com esta guerra."
Descreveu ainda o mundo que os EUA procuram, como "mais seguro, próspero e justo", onde "as crianças não passam fome e todos têm acesso a cuidados de saúde de qualidade, onde os trabalhadores são empoderados e o nosso ambiente é protegido, onde os empresários e inovadores de toda a parte podem ter acesso a oportunidades em todo o lado". "Nenhum país pode enfrentar sozinho os desafios atuais", sentenciou.
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