Presidente da Ucrânia discursou perante a Assembleia-Geral da ONU. Lamentou que a Rússia tenha ficado com armas nucleares e garante que a Ucrânia tudo faz "para assegurar que depois da agressão russa, ninguém no mundo se atreva a atacar qualquer nação".
Volodymyr Zelensky discursou esta terça-feira perante a Assembleia-Geral da Organização das Nações Unidas (ONU) em Nova Iorque, EUA. O presidente da Ucrânia apelou ao desarmamento nuclear e acusou a Rússia de genocídio pelo rapto de crianças, criticando ainda o país invasor por usar os preços dos alimentos como uma arma.
O presidente ucraniano recordou o desarmamento nuclear ocorrido depois da II Guerra Mundial em que a Ucrânia deu as suas armas mas o mundo "decidiu que a Rússia devia tornar-se guardiã desse poder", numa referência a ter mantido armas nucleares. "A História mostra que é a Rússia quem devia ter sido alvo de desarmamento nuclear."
Zelensky é da opinião que a Rússia usa armas não só contra a Ucrânia, mas contra mais países: são em forma dos preços dos alimentos. "A Rússia está a lançar os preços dos alimentos como armas. O impacto sente-se desde a costa atlântica de África ao sudeste da Ásia", frisou. Pediu apoio para lançar um corredor temporário para as exportações ucranianas, deixando críticas à Polónia, Eslováquia e Hungria por terem limitado as importações de cereais ucranianos. É "alarmante" como os países fingem "solidariedade", considerou. Antes do discurso de Zelensky e sobre a disputa entre a Polónia e a Ucrânia devido aos cereais, o presidente polaco avisou o homólogo ucraniano: "Seria bom para a Ucrânia lembrar-se que recebe ajuda da nossa parte e que somos um país de trânsito para a Ucrânia", afirmou Andrzej Duda.
Volodymyr Zelensky diz que a Ucrânia tem "nomes de dezenas de milhar de crianças raptadas pela Rússia". "O Tribunal Penal Internacional lançou mandados de prisão por estes crimes e estamos a tentar que as crianças voltem para casa. Tudo bem. O tempo passa, o que vai acontecer com estas crianças?", questionou o presidente ucraniano, ao temer que sejam ensinadas a odiar a Ucrânia e que os laços com a família sejam quebrados. "Isto é claramente um genocídio."
O presidente ucraniano dará detalhes para um plano de paz esta quarta-feira, durante uma sessão do Conselho de Segurança da ONU sobre a Ucrânia. "O plano de paz da Ucrânia está a tornar-se global. O seu objetivo é oferecer soluções e passos que irão resolver todas as formas de transformar elementos em armas que a Rússia usou contra a Ucrânia e outros países", garantiu.
"A Ucrânia está a fazer tudo para assegurar que depois da agressão russa, ninguém no mundo se atreva a atacar qualquer nação", apontou. "O ocupante deve voltar para a sua própria terra."
Antes de discursar, o presidente ucraniano foi ovacionado. É a primeira vez que discursa em pessoa perante a Assembleia-Geral, depois de em 2022 ter sido transmitido um discurso pré-gravado. Além da sessão do Conselho de Segurança, na quarta-feira Zelensky deverá ainda encontrar-se com Lula da Silva, que defende a criação de um grupo de nações para resolver o conflito entre a Ucrânia e a Rússia. O presidente brasileiro já sustentou que tanto a Rússia como a Ucrânia partilham a culpa da origem da guerra.
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