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Tony Blair, o político que regressa à Palestina na “Comissão para a Paz” de Trump

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A "Comissão para a Paz" é o comité internacional que será responsável pela liderança da Faixa de Gaza, segundo o plano apresentado pelo presidente dos EUA.

Na segunda-feira, Donald Trump anunciou que, como parte do seu , iria liderar a “Comissão para a Paz” e que o ex-primeiro-ministro britânico Tony Blair também vai fazer parte esta comissão. 

Tony Blair integra comissão para a paz de Trump
Tony Blair integra comissão para a paz de Trump AP Photo/Rafiq Maqbool, file

Anteriormente vários órgãos de comunicação social britânicos tinham avançado que Blair se tinha disponibilizado para liderar a autoridade internacional transitória de Gaza.  

Tony Blair foi primeiro-ministro do Reino Unido entre 1997 e 2007 e líder do Partido Trabalhista entre 1994 e 2007. Enquanto líder do governo britânico enviou tropas britânicas, em 2003, para a Guerra do Iraque, decisão que foi fortemente criticada e originou um inquérito interno que concluiu que Tony Blair atuou com base em informações erradas e sem certezas sobre a produção de armas de destruição maciça. Foi um dos chefes de estado presente na Cimeira da Lajes, no Açores, onde essa operação foi decidida, no rescaldo do 11 de Setembro.

Antes disso já tinha apoiado a guerra contra o terror de George W. Bush enviando Forças Armadas Britânicas para a Guerra do Afeganistão, para derrubar os talibãs, destruir a Al-Qaeda e capturar Osama bin Laden. 

Depois de sair do governo, foi enviado para o Médio Oriente, entre 2007 e 2015, pelo Quarteto de potências internacionais, composta pelos Estados Unidos, União Europeia, Rússia e ONU, com o objetivo de desenvolver economicamente a Palestina, criar as condições para uma solução de dois Estados e atuar como elo de ligação em reformas de governação e segurança. 

Em 2016 tornou-se presidente executivo do Instituto Tony Blair para a Mudança Global, através do qual se manteve ligado ao Médio Oriente.

Segundo a muitas das pessoas da região não têm boas memórias da estadia de Tony Blair, especialmente no Iraque, e muitos são os que o consideram como um “criminoso de guerra”. Os palestinianos consideram que apesar de ter supervisionado vários projetos económicos pouco fez para deter a expansão ilegal dos colonatos israelitas ou a violência por parte dos colonos e para promover a criação de um Estado palestiniano.

Blair terá colocado como condições para participar no plano de Trump que o poder deve ser transferido para a Autoridade Palestiniana e que os palestinianos não seriam forçados a sair do território. 

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