Ao longo dos últimos dias, vários ativistas detidos por Israel denunciaram terem sofrido maus-tratos.
As Nações Unidas (ONU) consideraram esta segunda-feira "perturbadores" os relatos de maus-tratos, agressões e abusos por parte de autoridades israelitas contra ativistas que integravam a flotilha humanitária Global Sumud e defenderam uma rápida repatriação dos envolvidos.
António Guterres ELTON MONTEIRO/LUSA
"Vimos esses relatos e, francamente, são perturbadores. Queremos ver todas as pessoas detidas a serem repatriadas o mais rapidamente possível para os seus países de origem", afirmou esta segunda-feira Stéphane Dujarric, o porta-voz do secretário-geral da ONU, António Guterres.
Questionado sobre se deve haver uma investigação a essas alegações, Dujarric indicou que "sempre que há relatos de maus-tratos, devem ser investigados".
Ao longo dos últimos dias, vários ativistas detidos por Israel denunciaram terem sofrido maus-tratos.
Por exemplo, a eurodeputada Rima Hassan disse esta segunda-feira, na Grécia, que foi "espancada por polícias israelitas", após participar nas embarcações humanitárias da Global Sumud Flotilla, com destino à Faixa de Gaza.
Rima Hassan indicou que os ativistas têm "muito que denunciar" e garantiu que mais pessoas foram espancadas.
A deputada disse ainda que não havia camas para dormirem na prisão israelita de alta segurança de Negev, no deserto, onde permaneceram.
"Por vezes éramos 13 a 15 por cela, nem sequer em camas, mas em colchões no chão. Faltava-nos mesmo tudo", indicou.
Hoje, Israel anunciou a expulsão de 171 ativistas, incluindo a ativista ambiental sueca, Greta Thunberg, após o seu comboio, que tentava romper o bloqueio israelita de Gaza, ter sido intercetado no mar.
Em Atenas, Greta Thunberg mencionou também "os maus-tratos e os abusos que sofreram" durante a detenção, sem entrar em pormenores.
A Flotilha Global Sumud partiu de Espanha, no início de setembro, com o objetivo de romper o bloqueio israelita à Faixa de Gaza e entregar ajuda humanitária ao território palestiniano.
Cerca de 50 barcos, que formavam o grupo, foram intercetados pela Marinha israelita ao largo da costa do Egito e da Faixa de Gaza entre quarta-feira e sexta-feira.
A coordenadora do Bloco de Esquerda, Mariana Mortágua, a atriz Sofia Aparício e os ativistas Miguel Duarte e Diogo Chaves também foram detidos, mas regressaram no domingo a Portugal.
Para os organizadores da flotilha e para a Amnistia Internacional, um movimento que defende os direitos humanos, a detenção dos ativistas foi ilegal.
A guerra no Médio Oriente foi desencadeada pelos ataques liderados pelo grupo islamita palestiniano Hamas em 07 de outubro de 2023 no sul de Israel, sendo que a retaliação israelita já provocou mais de 65.000 mortos.
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