A Federação Internacional dos Direitos Humanos denunciou os “maus-tratos inaceitáveis” e abusos que Israel está a infligir aos membros da Flotilha Global Sumud detidos, incluindo os vice-presidentes dessa entidade.
Israel vai deportar na segunda-feira 170 ativistas da missão humanitária Flotilha Global Sumud, tendo já deportado outros 170, incluindo os quatro portugueses que vieram esta segunda-feira num voo juntamente com 21 cidadãos espanhóis e quatro dos Países Baixos.
Ativistas da Flotilha Global Sumud detidos denunciam "maus-tratos" de IsraelEPA/ROBERT GHEMENT
Segundo a agência EuropaPress, as autoridades israelitas informaram os representantes legais da flotilha de que a deportação de mais 170 ativistas irá acontecer na segunda-feira, dia 06 de outubro.
O grupo de advogados que representa os ativistas em Israel explicou que foram informados do número total, mas desconhecem a nacionalidade, a identidade das pessoas ou o destino desses ativistas.
Neste grupo, deverão estar os últimos 15 cidadãos italianos que integravam a flotilha e que foram detidos pelas forças israelitas, de acordo com o Ministério dos Negócios Estrangeiros de Itália, citado pela agência France-Presse.
Ao contrário de um primeiro grupo de 26 italianos que deixaram Israel no sábado, estes 15 cidadãos tiveram que esperar pela expulsão judicial, pois recusaram-se a assinar o formulário de libertação voluntária.
Quando chegaram ao aeroporto Fiumicino, em Roma, no sábado à noite, recebidos por cerca de 200 pessoas, os italianos da flotilha denunciaram as condições de detenção e o tratamento degradante por parte das autoridades israelitas, afirmando terem sido “tratados como macacos velhos nos piores circos da década de 1920”.
Entre sábado e hoje, foram deportados cerca de 170 ativistas que integravam a Flotilha Global Sumud, a maioria para Istambul, mas também em voos para Itália e Espanha.
No voo para Espanha, que aterrou hoje à noite em Madrid, seguiam 21 espanhóis, além de quatro ativistas dos Países Baixos e os quatros ativistas portugueses, que entretanto já chegaram a Portugal.
Na chegada a Madrid, os 29 elementos da flotilha apareceram de camisas brancas e de punho erguido, fazendo com gestos o símbolo da vitória, tendo os espanhóis sido recebidos no terminal por familiares e amigos que os esperavam.
O Ministério dos Negócios Estrangeiros espanhol admitiu ter pagado os bilhetes de avião dos 21 espanhóis para “agilizar a sua saída” de Israel.
A organização da Flotilha Global Sumud disse hoje que pelo menos 22 ativistas da missão estão em greve de fome enquanto estão detidos pelas autoridades israelitas após terem sido intercetados em águas internacionais entre 01 e 02 de outubro.
“Desde o início da sua interceção em águas internacionais, em 01 de outubro, dezenas de participantes da GSF recusam-se a ser alimentados pela mesma entidade que perpetra uma campanha de fome genocida contra milhões de palestinianos em Gaza”, publicou a frota numa mensagem na sua conta no Telegram.
Neste grupo estão ativistas de várias nacionalidades: australianos, austríacos, brasileiros, finlandeses, franceses, gregos, irlandeses, italianos, holandeses, suíços, turcos, britânicos e norte-americanos, bem como seis espanhóis.
A Federação Internacional dos Direitos Humanos (FIDH) veio entretanto denunciar os “maus-tratos inaceitáveis” e abusos que Israel está a infligir aos membros da Flotilha Global Sumud detidos, incluindo os vice-presidentes dessa entidade, Alexis Deswaef e Aziz Rhali.
Segundo a organização internacional, a maioria dos tripulantes da frota está detida ilegalmente desde 02 de outubro na prisão de Ketziot (no sul de Israel) e sujeita a condições severas de encarceramento.
“Estas condições difíceis incluem violência física, assédio verbal, privação de água potável, alimentos, sono e medicamentos adequados, bem como confinamento prolongado em posições desconfortáveis e stressantes”, denunciou a FIDH, que integra quase duzentas organizações de direitos humanos em mais de cem países.
Tais comportamentos constituem “atos de maus-tratos e tortura de acordo com o direito internacional”, alertou a federação, que está a recolher provas disso.
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