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Agressões, percevejos, fome e sede: ativistas da flotilha denunciam "condições desumanas" na prisão de Israel

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Greta Thunberg terá sido arrastada pelos cabelos e espancada. Os restantes ativistas relatam falta de comida e bebida, com alguns a adiantarem que tentaram beber água da sanita.

A ativista Greta Thunberg denunciou esta semana as "condições desumanas" às quais estava a ser submetida numa prisão israelita - isto depois de ter sido detida por Israel, juntamente com outras 400 pessoas, enquanto seguia a bordo da flotilha humanitária Global Sumud.

Greta Thunberg denuncia 'condições desumanas' em prisão israelita
Greta Thunberg denuncia "condições desumanas" em prisão israelita Israeli Foreign Ministry via AP

De acordo com as informações que Thunberg forneceu às autoridades suecas, a ativista está detida numa cela infestada de percevejos, estando por isso a sofrer erupções cutâneas. Além disso, são vários os relatos de falta de comida e água, desde o dia 1 de outubro.

“[Greta Thunberg] informou sobre desidratação. Ela recebeu quantidades insuficientes de água e comida. Ela também afirmou ter desenvolvido erupções cutâneas que suspeita terem sido causadas por percevejos. Ela falou sobre o tratamento severo e disse que esteve sentada durante longos períodos em superfícies duras”, referiu a embaixada sueca num e-mail consultado pelo The Guardian.

Segundo a própria organização desta missão e os seus advogados, os ativistas estão a ser submetidos a um "tratamento humilhante", que inclui episódios de abusos verbais e físicos. Anteriormente também o ativista turco e membro da tripulação, Ersin Celik disse à agência de notícias Anadolu que as forças israelitas "arrastaram a pequena Greta pelos cabelos diante dos nossos olhos, espancaram-na e forçaram-na a beijar a bandeira israelita. Fizeram tudo o que se podia imaginar com ela, como aviso para os outros".

Também no sábado, vários ativistas que foram deportados para a Turquia já tinham descrito as condições a que tinham sido sujeitos na prisão de Israel. Disseram que estiveram sempre com as mãos amarradas atrás das costas e que ficaram entre 36 a 40 horas sem acesso a água ou comida. Como consequência, alguns revelaram que tentaram beber água da sanita, escreve o jornal .

A organização entretanto já veio a criticar a negação na oferta de recursos básicos, como no acesso à alimentação ou à defesa jurídica. No entanto, num comunicado publicado nas redes sociais, o Ministério dos Negócios Estrangeiros israelita negou estes episódios. Diz tratarem-se de "mentiras descaradas" e garante que "todos os direitos legais dos detidos estão a ser respeitados na sua total integridade".

"A Greta também não se queixou às autoridades israelitas sobre nenhuma dessas acusações ridículas e sem fundamento, porque nunca ocorreram", sublinhou Israel.

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