Starmer tem agendada para hoje uma conversa telefónica com Macron e com o chanceler alemão, Friedrich Merz, para abordar a grave crise humanitária na Faixa de Gaza e tentar desbloquear uma ajuda humanitária que está a ser gerida por Israel sob fortes críticas de organizações internacionais.
O Reino Unido e a Alemanha afirmaram esta sexta-feira ser cedo para reconhecer o Estado da Palestina, com Londres a considerar que só "depois de resolvida a crise humanitária" e Berlim a excluir essa possibilidade "no curto prazo".
Um dia depois de o Presidente francês, Emmanuel Macron, ter anunciado que a França irá reconhecer o Estado da Palestina, o que formalizará na Assembleia Geral da ONU, em setembro, Londres sustenta que ainda estão por reunir as condições necessárias e que a prioridade é solucionar a grave crise humanitária na Faixa de Gaza.
O secretário de Estado britânico, Peter Kyle, afirmou que, embora o reconhecimento do Estado palestiniano "seja um compromisso claro" do Governo do Reino Unido, neste momento "o essencial é concentrar esforços na emergência" humanitária que assola a Faixa de Gaza, onde a fome se agrava a cada dia.
"Faremos tudo o que estiver ao nosso alcance, para criar as condições para negociar os objetivos de um Estado palestiniano duradouro e a segurança de que necessita", afirmou, num momento em que cresce a pressão sobre o primeiro-ministro Keir Starmer para que siga os passos da França ou, como já fizeram em maio de 2024, a Espanha, a Irlanda e a Noruega.
Starmer tem agendada para hoje uma conversa telefónica com Macron e com o chanceler alemão, Friedrich Merz, para abordar a grave crise humanitária na Faixa de Gaza e tentar desbloquear uma ajuda humanitária que está a ser gerida por Israel sob fortes críticas de organizações internacionais.
Também hoje, 125 deputados conservadores e trabalhistas pediram a Starmer que deixe de adiar a decisão e que reconheça o Estado da Palestina, considerando tratar-se de uma declaração "particularmente significativa" dado "o papel histórico do Reino Unido como autor da Declaração Balfour e antiga Potência Mandatária na Palestina".
"Desde 1980, temos apoiado a solução dos dois Estados. O reconhecimento daria consistência a essa posição e corresponderia à responsabilidade histórica que temos para com o povo sob esse Mandato", refere a carta, apresentada pela presidente da Comissão Parlamentar para o Desenvolvimento Internacional, Sarah Champion.
Em Berlim, o Governo alemão afirmou que "não considera reconhecer um Estado palestiniano a curto prazo".
"[A Alemanha] continua a considerar o reconhecimento de um Estado palestiniano como um dos passos finais para a solução de dois Estados", afirmou o governo alemão num comunicado, reiterando que a segurança de Israel "é de suma importância" para Berlim.
O Presidente e o primeiro ministro de Israel, respetivamente Isaac Herzog e Benjamin Netanyahu, criticaram já a decisão de Macron, considerando que "não promoverá a paz no Médio Oriente, a derrotar a ameaça do terrorismo a trazer os reféns israelitas em poder o Hamas.
Netanyahu, por seu lado, defendeu que um Estado palestiniano nestas condições "seria uma plataforma de lançamento para a aniquilação de Israel, não para viver em paz ao lado dele", sublinhando que a decisão de Macron "recompensa o terror e corre o risco de criar mais um satélite iraniano, tal como Gaza se tornou".
O líder da oposição israelita, Yair Lapid, também expressou indignação nas redes sociais: "Os palestinianos não devem ser recompensados pelos ataques de 07 de outubro [de 2023], nem pelo seu apoio ao Hamas. Um governo em funcionamento, mesmo com trabalho diplomático básico, poderia ter evitado este anúncio prejudicial".
No total, 148 Estados já reconhecem a Palestina, três quartos dos membros da ONU. Os Estados Unidos e Israel opõem-se a este plano.
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