Javier Milei, uma personalidade da televisão argentina conhecida pelas suas opiniões de extrema-direita, que prometeu "exterminar" a inflação e legalizar a venda de órgãos, acabou mesmo por ganhar as eleições presidenciais argentinas.
REUTERS/Agustin Marcarian
O candidato da extrema-direita arrecadou 55,69% dos votos enquanto o seu rival, Sergio Massa, ficou apenas com 44,3% dos votos. Após serem conhecidos os resultados Javier Milei afirmou no seu discurso de vitória que se tratava de um "milagre" e garantiu: "Hoje começa a reconstrução da Argentina. Hoje é uma noite histórica para a Argentina".
Relativamente às relações internacionais deixou claro que "a Argentina recuperará o lugar no mundo que nunca deveria ter perdido".
Os seus apoiantes consideram Javier Milei um visionário económico e acreditam que tem o que é preciso para tirar a Argentina de uma das piores crises económicas das últimas décadas.
Durante a sua campanha o político, que muitas vezes é comparado com Donald Trump, prometeu abolir o banco central e dolarizar a economia para dar resposta à crise financeira que empurrou cerca de 40% da população argentina para a pobreza e levou a inflação para 140%. Já depois de vencer as eleições afrimou que, para enfrentar a "trágica realidade", são precisas "mudanças drásticas".
Javier Milei é um populista conhecido como El Loco que veio questionar o consenso existente na sociedade sobre os crimes cometidos na ditadura de 1976-83 durante a qual cerca de 30 mil pessoas foram mortas pelo regime militar. Além disso defende a legalização da venda de órgãos e o corte de relações com os dois maiores parceiros comerciais da Argentina, o Brasil e a China.
Antes o atual ministro das Economia de centro-esquerda já tinha reconhecido a derrota admitindo que "os argentinos escolheram outro caminho". "Obviamente estes não são os resultados que esperávamos mas já falei com Javier Milei para o parabenizar porque é o presidente que a maioria dos argentinos escolheu para os próximos quatro anos". O Movimento Nacional Justicialista, do qual Sergio Massa faz parte, governou a Argentina por 16 anos durante os últimos 20.
A vitória de Milei foi celebrada por grandes nomes da direita em todo o mundo. O ex-presidente brasileiro Jair Bolsonaro prometeu estar presente na tomada de posse no dia 10 de dezembro e escreveu no X: "A esperança brilha mais uma vez na América do Sul. Que esses bons ventos alcancem os Estados Unidos e o Brasil para que a honestidade, o progresso e a liberdade voltem para todos nós".
- Parabéns ao povo argentino pela vitória com @JMilei . A esperança volta a brilhar na América do Sul.
- Que esses bons ventos alcancem os Estados Unidos e o Brasil para que a honestidade, o progresso e a liberdade voltem para todos nós.
Já Donald Trump escreveu: "O mundo inteiro estava a assistir! Estou muito orgulhoso de você. O seu país vai mudar e se tornará uma Argentina grande novamente".
Em Portugal, André Ventura, líder do Chega utilizou a mesma rede social para parabenizar Javier Milei e declarou: "A luta pela defesa da sociedade trava-se em vários territórios e na Argentina a primeira batalha está ganha! Segue-se Portugal a 10 de março". Mais tarde Ventura voltou a referir que o resulta das eleições na Argentina eram um "premonição" do que iria acontecer em Portugal.
Os meus parabéns a Javier Milei! A luta pela defesa da sociedade trava-se em vários territórios e na Argentina a primeira batalha está ganha! Segue-se Portugal a 10 de março ? pic.twitter.com/UM6okumKtC
No entanto não foi apenas o líder de extrema-direita a parabenizar o novo presidente argentino em portugal. Também Tiago Mayan, ex-candidato à presidência pela Iniciativa Liberal, utilizou o X para desejar "muitas felicidades" e afirmar: "Que sigamos pela Liberdade", poucas horas antes o liberal já tinha defendido que Javier Milei não representava a extrema-direita.
Muchas felicidades y, sobre todo, mucha responsabilidad sobre @JMilei! Que sigamos por la Libertad.
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