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EUA acusados de enviarem falsos mosaicos romanos de volta ao Líbano

Especialistas garantem ter identificado cópias dos mosaicos em museus de Itália, Tunísia, Argélia e Turquia.

As autoridades de Nova Iorque foram acusadas de enviarem oito falsos mosaicos romanos para o Líbano. A acusação terá partido académicos franceses e ingleses.

REUTERS/ Amir Cohen

"Oito dos nove mosaicos devolvidos eram falsos e relativamente fáceis de detetar, porque os modelos utilizados são mosaicos famosos", afirmou a professora da Universidade de Grenoble, Djamila Fellague, ao acrescentar que as cópias originais se encontram em museus na Sicília, Tunísia, Argélia e Turquia.

Uma das obras representa o Anguiped, uma espécie de divindade, e terá sido baseada em mosaicos da Villa Romana del Casale, na Sicília. Além deste também foi encontrado um outro mosaico, que representa Neptuno e Anfitrite, os deuses romanos do mar, e que terá sido inspirado num mosaico de Constantina, na Argélia, que atualmente se encontra exposto no Museu do Louvre, em Paris.

Dos mosaicos devolvidos ao Líbano, apenas um será baseado no país do Médio Oriente. Trata-se da famosa representação de Baco, deus do vinho, e que se encontra exposta no Museu Nacional de Beirute.

Christos Tsirogiannis, professor na Universidade de Cambridge e especialista em redes de tráfico, acredita também que os mosaicos terão sido falsificados. Ao longo de 17 anos, o especialista já identificou mais de 1.700 objetos roubados.

"Mesmo que não se seja um especialista, se colocarmos o falso ao lado do mosaico autêntico, será possível ver como eles são semelhantes, e que a qualidade não é tão boa", contou aoThe Guardian.

Além disso afirmou também que caso a informação fosse confirmada que seria extremamente embaraçoso para o gabinete do procurador distrital de Manhattan, que havia anunciado a devolução das antiguidades a 7 de setembro.

Na altura, o comunicado de imprensa garantia que nove mosaicos estariam entre as dezenas de antiguidades do Médio Oriente e do Norte de África, que haviam chegado a Nova Iorque por um traficante de antiguidades libanês.

Antes de ser apreendido pelas autoridades norte-americanas, um dos mosaicos já havia sido colocado à venda em 2018, numa galeria de Nova Iorque, a um valor estimado em menos de 20 mil dólares (18 mil euros).

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