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Sérgio Massa ou Javier Milei: Quem será o próximo presidente da Argentina?

Luana Augusto
Luana Augusto 19 de novembro de 2023 às 12:39
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Argentina elege este domingo, 19, na segunda volta eleitoral, o próximo presidente da República. Sondagens indicam o deputado de extrema-direita, Javier Milei, como o candidato preferido.

Cerca de 35,8 milhões de argentinos voltam este domingo, 19 de novembro, às urnas para votar na segunda volta das eleições presidenciais. A escolha será entre o ministro da Economia, Sérgio Massa, e o deputado de extrema-direita, Javier Milei.

Na primeira volta, que ocorreu a 22 de outubro, Sérgio Massa era o grande preferido, tendo conseguido reunir 36,78% dos votos. Na altura, Javier Milei, apoiado pelo antigo presidente, Mauricio Macri, obteve 29,99% dos votos. No entanto, para este domingo é esperada uma reviravolta.

Segundo a agência Lusa, que teve acesso à média das 12 sondagens, Milei terá 44,65% das intenções de voto contra 42,67% de Massa, uma diferença de dois pontos, dentro da margem de erro, deixando a decisão nas mãos dos 6% de indecisos.

Caso o então economista e político de extrema-direita vença as eleições, a decisão poderá ser sinónimo de um novo ciclo político, já a partir do próximo dia 10 de dezembro, uma vez que a Argentina é governada pelo centro-esquerda há 20 anos.

Luis Robayo/Pool via REUTERS

A falta de políticas ambientais

Apesar de perfis e políticas diferentes, ambos têm em comum uma falta de atenção às questões ambientais, nomeadamente em relação aos povos indígenas, às energias renováveis, à crise climática, e à promoção de práticas agrícolas sustentáveis.

Em 2021, quando Javier Milei foi eleito deputado pela primeira vez, afirmou que a crise climática era uma mentira inventada pela esquerda. Passados dois anos garante que não irá tomar medidas políticas para enfrentar este problema. Nas últimas semanas, a sua ideologia, entretanto já fez sair várias pessoas às ruas, para protestar contra a sua campanha.

"Há um comportamento cíclico das temperaturas na história da Terra. Assim, todas estas políticas que culpam os humanos pelas alterações climáticas são falsas e servem apenas para angariar fundos, para financiar socialistas preguiçosos", disse.

Já o advogado e político de centro-esquerda, Sérgio Massa, afirma que irá continuar a cumprir os acordos climáticos, no entanto, quando se olha para o programa do seu governo, a verdade é que estas políticas não são aplicadas. "Massa já afirmou que continuará a cumprir os compromissos climáticos e que não sairá do acordo de Paris. Recentemente, afirmou até que iria aplicar uma multa por crimes ambientais. No entanto, se estudarmos o programa do governo de Massa, fica claro que ele planeia uma recuperação económica do país, através de uma duplicação ou triplicação de exportações da Argentina", contou ao jornal The Guardian Alejo Di Risio, pós-graduado em Direitos Culturais e mestre em Ecologia Política.

Para as eleições deste domingo é esperada a mobilização de 86 mil efetivos das Forças Armadas argentinas, de forma a assegurar o decurso normal da jornada eleitoral.

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