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Israel quer reféns libertados até ao Ramadão e ameaça ofensiva em Rafah

Lusa 19 de fevereiro de 2024 às 07:12
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O Ramadão, mês sagrado dos muçulmanos, começa este ano a 10 de março.

Israel prometeu lançar a ofensiva terrestre contra Rafah, onde se refugiaram cerca de 1,4 milhões de palestinianos, caso o movimento islamita Hamas não liberte os reféns israelitas até 10 de março, o início do Ramadão.

Israel Defense Forces/Handout via REUTERS

"Se até ao Ramadão os reféns não estiverem em casa, os combates continuarão em todo o lado, incluindo na região de Rafah", declarou o ministro israelita Benny Gantz, membro do gabinete de guerra do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, no domingo.

O Ramadão, mês sagrado dos muçulmanos, começa este ano a 10 de março.

"O Hamas tem uma escolha. Eles podem render-se, libertar os reféns e os civis de Gaza poderão celebrar o festival do Ramadão", acrescentou Gantz, ex-chefe do exército israelita, em Jerusalém.

O ministro garantia que uma ofensiva seria levada a cabo de forma coordenada e no quadro de um diálogo com "parceiros norte-americanos e egípcios", "facilitando a retirada de civis" para "minimizar (…) tanto quanto possível " o número de vítimas em suas fileiras.

Netanyahu reiterou no sábado que está determinado a levar a cabo uma ofensiva terrestre em Rafah, no sul do enclave e junto à fronteira com o Egito, onde se encontram 1,4 milhões de palestinianos, apesar dos apelos de parte da comunidade internacional.

O Hamas lançou a 7 de outubro de 2023 um ataque surpresa contra o sul de Israel, que causou a morte de mais de 1.160 pessoas, a maioria civis, segundo uma contagem da agência de notícias France-Presse baseada em números oficiais israelitas.

Cerca de 250 pessoas foram raptadas e levadas para Gaza, de acordo com as autoridades israelitas. Destas, perto de cem foram libertadas no final de novembro, durante uma trégua em troca de prisioneiros palestinianos, e 132 reféns continuam detidos no território palestiniano.

O Ministério da Saúde de Gaza, controlado pelo Hamas, disse no domingo que Rafah e a cidade vizinha de Khan Yunis, bem como outras áreas do enclave palestiniano, foram alvo de bombardeamentos israelitas que deixaram 127 mortos nas 24 horas anteriores.

Em Khan Yunis, o hospital Nasser "já não funciona depois de um cerco de uma semana, seguido de um ataque em curso", disse o líder do Organização Mundial da Saúde, Tedros Adhanom Ghebreyesus, na rede social X.

Sete pacientes, incluindo uma criança, morreram no hospital desde sexta-feira devido a cortes de energia, e "70 membros da equipa médica, incluindo médicos de terapia intensiva" foram detidos, disse o Ministério da Saúde.

Em resposta ao ataque de 07 de outubro, Israel declarou guerra ao Hamas, movimento que controla a Faixa de Gaza desde 2007 e que é classificado como terrorista pela União Europeia e Estados Unidos, e impôs um cerco total ao território com corte de abastecimento de água, combustível e eletricidade.

Desde o ataque do Hamas, a ofensiva israelita fez quase 29 mil mortos e 68.400 feridos, na maioria civis.

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