Sábado – Pense por si

Governo indiano propõe plano de apoio agrícola para evitar marcha para Nova Deli

Lusa 19 de fevereiro de 2024 às 07:26
As mais lidas

"O Governo apresentou-nos uma proposta que garante o preço mínimo de venda à produção para as leguminosas, o milho e o algodão" durante os próximos cinco anos, declarou aos jornalistas Jagjit Singh Dallewal, um dos líderes da comissão de negociação dos agricultores.

O Governo da Índia propôs aos agricultores um plano de apoio aos preços de certos produtos agrícolas, o que satisfez parte das reivindicações e impediu a retoma esta segunda-feira de uma marcha maciça para Nova Deli.

REUTERS/Anushree Fadnavis

"O Governo apresentou-nos uma proposta que garante o preço mínimo de venda à produção para as leguminosas, o milho e o algodão" durante os próximos cinco anos, declarou aos jornalistas Jagjit Singh Dallewal, um dos líderes da comissão de negociação dos agricultores.

O coletivo de agricultores pediu pelo menos dois dias para discutir a proposta com as outras forças sindicais, enquanto o Governo indiano considera as restantes exigências feitas pelos agricultores na reunião de domingo, que se prolongou pela madrugada.

Se as exigências não forem satisfeitas, os agricultores prometeram retomar na quarta-feira a marcha que ameaça entrar na capital indiana desde terça-feira.

"Tanto nós como o Governo vamos tentar encontrar uma solução através de conversações. Se isso não acontecer, pediremos ao Governo que nos permita ir a [Nova] Deli pacificamente", acrescentou outro líder camponês, Sarvan Singh Pandher.

Milhares de agricultores iniciaram na terça-feira uma marcha maciça a partir dos estados de Haryana e Punjab, este último conhecido como o "celeiro da Índia", para chegar a Nova Deli e apresentar as reivindicações ao governo.

No entanto, o protesto foi travado pelas autoridades desde o primeiro dia em ambos os estados indianos.

Em Haryana registaram-se confrontos entre os manifestantes e as autoridades, que recorreram a barreiras e gás lacrimogéneo para dispersar a multidão.

Organizados por vários sindicatos, os agricultores exigem, entre outras coisas, que os preços mínimos de venda para todas as culturas sejam garantidos por lei para proteger o valor das flutuações do mercado.

A introdução de preços mínimos foi uma das principais reivindicações dos protestos dos agricultores entre 2020 e 2021, quando milhares de agricultores acamparam durante quase 15 meses nas fronteiras de Nova Deli em resposta a uma reforma agrária promovida pelo Governo indiano.

O primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, teve de ceder à pressão e revogar a lei, que, para os agricultores, dava demasiado poder às grandes empresas ao desregulamentar o mercado.

Agora, os sindicatos consideram que, passados dois anos, o Governo não satisfez todas as exigências apresentadas.

Artigos Relacionados
No país emerso

Por que sou mandatária de Jorge Pinto

Já muito se refletiu sobre a falta de incentivos para “os bons” irem para a política: as horas são longas, a responsabilidade é imensa, o escrutínio é severo e a remuneração está longe de compensar as dores de cabeça. O cenário é bem mais apelativo para os populistas e para os oportunistas, como está à vista de toda a gente.

Visto de Bruxelas

Cinco para a meia-noite

Com a velocidade a que os acontecimentos se sucedem, a UE não pode continuar a adiar escolhas difíceis sobre o seu futuro. A hora dos pró-europeus é agora: ainda estão em maioria e 74% da população europeia acredita que a adesão dos seus países à UE os beneficiou.