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Israel: Hamas já foi "derrotado" militarmente, mas remanescentes permanecerão durante anos em Gaza

Lusa 10 de abril de 2024 às 16:46
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O ministro do Gabinete de Guerra de Israel, sublinhou que Israel "não vai parar" e que as suas tropas vão finalmente entrar na cidade de Rafah, considerada o último bastião do Hamas, que alberga mais de um milhão de palestinianos.

O ministro sem pasta do Gabinete de Guerra de Israel, Benny Gantz, afirmou esta quarta-feira que o Movimento de Resistência Islâmica (Hamas) foi "derrotado" militarmente, mas que os seus remanescentes permanecerão na Faixa de Gaza durante anos.

REUTERS/STR SJS/GM

"Do ponto de vista militar, o Hamas está derrotado. Os seus combatentes foram eliminados ou estão escondidos", afirmou Gantz, quando passam seis meses da guerra no enclave palestiniano, referindo que as capacidades da milícia palestiniana estão "enfraquecidas", mas que a vitória total chegará "passo a passo".

Sobre este ponto, Gantz sublinhou que Israel "não vai parar" e que as suas tropas vão finalmente entrar na cidade de Rafah (sul), considerada o último bastião do Hamas, mas que alberga também mais de um milhão de palestinianos deslocados no contexto da guerra.

"Vamos entrar em Rafah. Regressaremos a Khan Yunis e atuaremos em Gaza. Onde quer que haja alvos terroristas, as FDI [Forças de Defesa de Israel] estarão lá", sublinhou o membro do gabinete de guerra, segundo o The Times of Israel.

Apesar de reivindicar uma vitória militar sobre o Hamas, Gantz salientou que a derrota total da milícia palestiniana levará mais tempo e previu que os israelitas que estão hoje na escola irão combater a milícia no futuro.

"Lutar contra o Hamas vai levar tempo. Os jovens que estão agora no liceu vão continuar a lutar na Faixa de Gaza, bem como na Judeia e Samaria [Cisjordânia] e contra o Líbano", disse Gantz.

O conflito em curso entre Israel e o Hamas foi desencadeado por um ataque realizado em outubro do ano passado pelo movimento islamita palestiniano.

Nesse dia, 1.140 pessoas foram mortas, na sua maioria, civis, e sequestradas cerca de 240 pessoas, das quais uma grande parte continua na Faixa de Gaza.

Em retaliação, Israel, que prometeu destruir o movimento islamita palestiniano, tem bombardeado a Faixa de Gaza, onde, segundo o governo local liderado pelo Hamas, já foram mortas mais de 30 mil pessoas, também maioritariamente civis.

A ofensiva israelita também tem destruído a maioria das infraestruturas de Gaza e perto de dois milhões de pessoas foram forçadas a abandonar as suas casas, a quase totalidade dos 2,3 milhões de habitantes do enclave, controlado pelo Hamas desde 2007.

A população da Faixa de Gaza também se confronta com uma crise humanitária sem precedentes, devido ao colapso dos hospitais, o surto de epidemias e escassez de água potável, de alimentos, medicamentos e eletricidade.

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