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"Deixámos o meu pai em Kiev. Ele pode até lutar"

Mark Goncharuk é um menino ucraniano pensou que ia caminhar durante dias, durante a sua fuga do país. O pai ficou para trás por não poder abandonar a Ucrânia.

"Deixámos o meu pai em Kiev. E o pai vai estar a vender coisas e a ajudar os nossos heróis, o nosso exército, ele pode até lutar. Estivemos a andar durante três horas e tu salvaste-nos, eu pensei que íamos caminhar durante dois ou três dias, pensei que íamos estar a caminhar todo o dia, mas tu ajudaste-nos." As palavras são de Mark Goncharuk, um menino ucraniano que conseguiu boleia para sair do seu país enquanto chorava pelo pai. 

Na Ucrânia, os homens entre os 18 e os 60 anos foram proibidos de abandonar o país, para entrarem na guerra com a Rússia espoletada pela invasão do exército de Vladimir Putin. Trata-se do maior conflito em solo europeu desde a Segunda Guerra Mundial. 

Mark conseguiu sair do seu país acompanhado por alguns familiares. É um dos 400 mil civis, na esmagadora maioria mulheres e crianças, que fugiu para os países vizinhos. 

Junto às fronteiras, formam-se filas de refugiados ucranianos que tentam escapar à invasão russa. Perto da fronteira com a Polónia, uma fila chegou a ter 50 quilómetros. 

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A Rússia lançou na quinta-feira de madrugada uma ofensiva militar na Ucrânia, com forças terrestres e bombardeamento de alvos em várias cidades, que já mataram cerca de 200 civis, incluindo crianças, segundo Kiev. A ONU deu conta de perto de 370 mil deslocados para a Polónia, Hungria, Moldova e Roménia.

O Presidente russo, Vladimir Putin, disse que a "operação militar especial" na Ucrânia visa desmilitarizar o país vizinho e que era a única maneira de a Rússia se defender, precisando o Kremlin que a ofensiva durará o tempo necessário.

O ataque foi condenado pela generalidade da comunidade internacional e a União Europeia e os Estados Unidos, entre outros, responderam com o envio de armas e munições para a Ucrânia e o reforço de sanções para isolar ainda mais Moscovo.

Com Lusa 

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