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Disney e governo da Flórida em guerra judicial que pode ditar o fim do parque de diversões

Márcia Sobral
Márcia Sobral 26 de abril de 2023 às 21:39
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Governador quer retirar poder à direção do parque de Orlando que assegura que "o futuro económico da região" está em causa.

A Walt Disney Company anunciou, esta quarta-feira, que se prepara para levar a tribunal vários membros estaduais da Flórida por terem alegadamente posto em prática uma "retaliação política" contra a empresa. Tudo porque o governador Ron DeSantis (republicano) rejeitou a manutenção de dois acordos que davam amplos poderes à empresa.

REUTERS/Octavio Jones

De acordo com o The New York Times, no centro da discussão encontra-se um diploma, de 1967, que determinou a criação de um "distrito fiscal" - conhecido como Reedy Creek - e que dava poderes e autonomia quase total à direção do parque de Orlando. Com a sua aprovação, foi concedido aoresort poderes absolutamente atípicos como o controlo sobre as políticas de proteção de incêndios, a gestão da segurança e dos resíduos, a limpeza das ruas e a manutenção das estradas, bem como a aprovação de planos de desenvolvimento. Isto permitiria que a Walt Disney Company pudesse por em prática uma expansão na ordem dos 10 mil hectares sem ter que apresentar qualquer tipo de pedido ou proposta ao Estado da Flórida.

Em fevereiro deste ano, Ron DeSantis decidiu cortar com algumas destas regalias e nomear um "conselho de supervisão" para a região mas a empresa, antes de o diploma entrar em vigor, aprovou a construção de mais 14 mil quartos de hotel, de um quinto parque temático e três parques pequenos. Além disto, assinaram ainda um diploma que restringia o poder do novo conselho nas próximas décadas.

Ron DeSantis retaliou, pedindo uma reavaliação doresort, algo que mexe de forma direta no pagamento de imposto e anunciou possíveis planos de construção para os terrenos adjacentes como "um parque público, um parque de diversões ou, quem sabe, uma prisão estadual".

Agora, a equipa de advogados da Disney World vem afirmar que a decisão é apenas "uma campanha implacável" com o objetivo de "virar o poder do governo contra a Disney". Tudo porque, no ano passado, a empresa criticou publicamente uma lei educacional da Flórida chamada Don´t say Gaye terminou com várias doações ao Estado. Ou seja, a empresa acredita que tudo não passa de uma "retaliação pela expressão de um ponto de vista político".

Já os advogados do Estado consideram que a empresa violou várias leis a partir do momento em que "deixou de notificar publicamente" as ações que tomavam.

A Disney World é o maior contribuinte da Flórida, empregando mais de 75 mil pessoas e atraindo uma médica de 50 milhões de visitantes por ano.

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