António Costa ataca Rui Rio. Rui Rio ataca Costa. Ambos fazem o apelo ao voto útil no seu partido e as sondagens mostram os dois cada vez mais perto. O último dia de campanha já começou e a corrida vai ser renhida.
António Costa começou a campanha eleitoral a apelar à maioria absoluta do PS. Agora já só pede votos suficientes para ficar à frente de Rui Rio e para conseguir governar. Já o líder do PSD puxa dos galões para dizer que é a única alternativa viável aos socialistas para apelar ao voto útil à direita. Ambos regressaram às cidades onde foram autarcas na penúltima noite da campanha e foram recebidos por banhos de multidão que aplaudiram sempre que um atacou o outro.
No comício desta quinta-feira à noite, em Lisboa, António Costa apelou ao voto útil no Partido Socialista. "A escolha não tem muitas dúvidas, porque, no domingo à noite, os portugueses vão decidir quem ganha e a vida como é. Há muitos que vão ao campeonato, mas só dois podem ganhar: Ou ganha o PS, e continuamos a avançar, ou ganha o PSD, e voltamos a recuar", avisou o secretário-geral do PS no Pavilhão Carlos Lopes, em Lisboa.
O atual primeiro-ministro descreveu-se como um construtor de pontes, estendendo a mão de novo à esquerda, mas sem nunca deixar de apelar ao voto no PS para demarcar a diferença para com o PSD: "Ninguém nos venha dizer que é votando num terceiro que resolvemos este empate".
Já Rui Rio tomou as ruas do Porto para uma arruada em Santa Catarina e subiu à varanda para ser aclamado por várias centenas de militantes que acreditam que a mudança só se faz através do PSD. Da varanda, o presidente dos laranjas fez um discurso a elogiar a própria campanha, criticando a do seu adversário mais direto. "Podemos ter orgulho na campanha que fizemos, pela positiva, divulgando as nossas ideias, criticando as opções do adversário, mas nunca mentindo", afirmou.
Rio apelou também ao voto útil no PSD: "Aqueles que querem uma mudança têm que votar no PSD. Votar noutro partido qualquer é votar na continuidade de António Costa e da geringonça".
O arregimentar dos generais
Ambos os líderes aproveitaram as cidades onde foram autarcas para reunirem os seus trunfos. Rui Rio visitou as ruas do Porto acompanhado pelo antigo adversário, virado apoiante, Paulo Rangel que foi quem fechou a arruada. "Foi uma mobilização muito grande, muito forte que vem dar esta confiança de que só há uma alternativa ao PS de António Costa e essa alternativa é o PSD e Rui Rio", comentou o eurodeputado que lembrou as sondagens positivas e o sucesso da arruada para reforçar a sua crença de que o líder do seu partido sairá vencedor. Rangel mantém-se unido ao líder, garante, e confiante no sinal "muito forte que foi dado em Santa Catarina. É um bom prenúncio de vitória", decretou.
Já em Lisboa, Costa muniu-se do histórico Manuel Alegre bem como de membros do executivo, como Duarte Marques, e uma das caras mais novas do PS, Miguel Costa Matos, o presidente da juventude rosa.
E se Duarte Cordeiro usou a sua intervenção para criticar o PSD e a alegada aproximação ao Chega, Manuel Alegre lamentou o "sectarismo" dos antigos partidos de geringonça. "Sei que o sectarismo corta a convergência e torna o diálogo mais difícil, mesmo para quem sabe fazer pontes, como é o caso do nosso António Costa. Foi com mágoa e indignação que vi dois partidos de esquerda a votar ao lado da direita e extrema-direita no orçamento", afirmou.
Sondagens deixam tudo em aberto
O último dia de campanha arranca com sondagens que mostram que estas serão umas eleições renhidas até ao final. O PS continua mais próximo do primeiro lugar (36%), mas com o PSD à perna (33%), segundo os dados da última sondagem do Centro de Estudos e Sondagens de Opinião da Universidade Católica para o jornal Público, RTP e Antena1.
A sondagem para o jornal Expresso não é muito diferente, mas dá uma vitória ao PS ainda mais marginal (35% para o partido de Costa e 33% para o de Rio).
O que as sondagens mostram principalmente foi uma subida acentuada do PSD e uma descida ligeira do PS nos últimos tempos. Mas até domingo tudo está em aberto e esta sexta-feira inicia-se o último dia de campanha.
Taco a taco: a luta pelo poder até ao último minuto
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