João Cotrim Figueiredo fez o seu último discurso como líder da IL, mas sem fazer uma despedida. E com muitos recados cáusticos para Carla Castro, candidata à sua sucessão.
Quando João Cotrim Figueiredo finalmente subiu ao palco, os trabalhos da Convenção da IL já iam com duas horas de atraso. Cotrim lançou um "boa tarde, liberais", apesar de ter começado a falar um pouco antes das 13h. E, num discurso enérgico, levantou uma sala que parecia adormecida por uma sucessão de votações e intervenções em torno de questões estatutárias.
"Não pensem que vim aqui fazer um discurso de despedida. Não faz nada o meu género", começou por dizer, numa intervenção fortemente aplaudida e que até teve direito a um momento em que os liberais fizeram um coro com o slogan lançado pelo líder que agora sai de cena. "O liberalismo funciona e faz falta a Portugal", gritaram num uníssono afinado.
Apesar de a Convenção ter arrancado com quase menos 300 membros na sala do que estava previsto, João Cotrim Figueiredo lembrou que para esta Convenção se inscreveram 2300 membros. "Quase 40% do partido se inscreveu para esta Convenção. Não há outro partido assim. Só nós mobilizamos assim", lançou.
No discurso feito como um périplo pelas conquistas da sua liderança e com um desfiar dos últimos casos que assolaram o Governo – da TAP às buscas na Câmara de Lisboa que envolvem Fernando Medina –, João Cotrim Figueiredo quis demonstrar que deixa um partido em crescimento, tanto em eleitos como na forma como tem marcado a agenda política e mediática.
"Apesar de uns iluminados acharem que não sairíamos do Twitter, afirmámo-nos", declarou, com um desafio. "Olhem para nós e digam lá agora que não há cada vez mais liberais em Portugal".
O agradecimento à comunicação social e as farpas a Carla Castro
Se muitos discursos de lideranças partidárias reservam uma parte para ataques à comunicação social e à cobertura mediática de que são alvo, Cotrim Figueiredo acha que a IL não tem de que se queixar. Pelo contrário. Aponta mesmo a ampla cobertura de que está a ser alvo esta Convenção para demonstrar a força do partido e defende que esse acompanhamento dos media é essencial para "mudar a cultura política" do país o grande objetivo da IL.
João Cotrim Figueiredo não quis sair do palco sem deixar ataques internos. Sem nunca a citar, ficou claro que eram Carla Castro e os seus apoiantes os grandes destinatários das farpas lançadas. Cotrim defendeu a opção de ter virado o partido para fora, descurando o debate interno reclamado por Castro, por entender que essa era a melhor forma de fazer a IL crescer.
"Chamaram-me autocrático quando na realidade estimulei, encorajei e dei oportunidades a todos os que mostraram estar focados na luta pelo crescimento da IL e não por objetivos pessoais", atirou, numa indireta a Carla Castro, que é vista pelos apoiantes de Rui Rocha como alguém que começou a fazer o caminho para a candidatura à liderança ainda antes da demissão do líder, envolvendo-se na constituição de listas ao Conselho Nacional, quando fazia parte da Comissão Executiva de Cotrim Figueiredo.
"Disseram que fui cabecilha de um comité central. Eu! Cabecilha de um comité central! Acho que isto entra no domínio do delírio e que só não é grave porque tem uma certa graça", continuou, num ataque a Tiago Mayan, apoiante de Castro e autor da frase que colava Cotrim a uma forma de liderança da IL do tipo "comité central".
Sem ter deixado nada por dizer, João Cotrim Figueiredo sai da liderança, mas deixa claro que não se afastará da política e do partido.
"Nesse caminho, eu continuarei ao vosso lado, agora como membro de base, sem cargos, sem favores, sempre disponível para servir a causa liberal dentro das minhas capacidades e em respeito pela minha consciência. Isto não é um adeus. É um até sempre", concluiu.
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