A defesa de Aníbal Pinto diz que uma perícia independente concluiu que a PJ só conseguiu identificar o hacker através de um ataque informático ao advogado lançado pela Doyen.
O advogado de Aníbal Pinto começou o último dia das alegações finais do casoFootball Leaksa trazer para a sala de audiências um facto novo: uma perícia independente que conclui, alegadamente, que a Polícia Judiciária (PJ) só conseguiu identificar Rui Pinto na sequência de um ataque dehackingdo qual Aníbal Pinto foi alvo em 2015, lançado pelo advogado da Doyen Pedro Henriques. João Azevedo alega, assim, que a identificação dohackerfoi ilegal. Introdução deste requerimento adiou a conclusão das alegações finais. Sessões retomam a 16 de janeiro.
Para defender a sua tese, o advogado de Aníbal Pinto chamou de novo a testemunhar o CEO da Doyen Sports; Pedro Henriques, advogado da Doyen; e os inspetores da Polícia Judiciária José Amador e Rogério Bravo.
Em causa está um email que o então advogado de Rui Pinto recebeu de responsáveis da Doyen, com conhecimento dos inspetores da PJ que conduziram a investigação, que terá permitido aceder ao seu computador e chegar à identidade do criador doFootball Leaks.
A teoria do representante de Aníbal Pinto é de que o caso foi construído sobre uma prova proibida.
No requerimento entregue em tribunal, Aníbal Pinto explica ter pedido "uma perícia informática ao seu computador pessoal" e que obteve um relatório que conclui que "foi atacado informaticamente pelo método dephishingpelo doutor Pedro Henriques, através do domínio da Ordem dos Advogados". O relatório apurou ainda, alegadamente, que o anexo do email enviado por Pedro Henriques "tem características que lhe atribui um comportamento duvidoso para um URL (uniforme resource locator) e o endereço de IP foi considerado como malicioso".
"A junção de tais documentos afigura-se absolutamente essencial e necessária para a defesa do arguido, pretendendo demonstrar de forma inequívoca que Nélio Lucas nunca esteve constrangido, não se verificando assim o pressuposto objetivo do crime de extorsão, o que implica a obrigatória absolvição do Dr Aníbal Pinto e de Rui Pinto, quanto ao crime de extorsão na forma tentada", pode ainda ler-se no requerimento.
Os advogados da Doyen e da PLMJ desvalorizaram o conteúdo deste relatório preliminar, afirmando que se tratam de "manobras dilatórias".
Aníbal Pinto pediu para endereçar o tribunal dizendo serem desnecessárias as referências a "canelada" e "pé em riste" feitas pelo advogado Manuel José Gonçalves Pereira. O tribunal desvalorizou as alegações.
À saída do tribunal, Aníbal Pinto disse aos jornalistas que ia enviar o requerimento para a Procuradoria Geral da República (PGR) por se considerar ofendido por ter sido um advogado a enviar um email dephishing. Acrescentou ainda que apenas apresentou este requerimento na fase final do julgamento por ter estado à espera que o Ministério Público tomasse a iniciativa de o fazer.
O advogado de Rui Pinto, Francisco Teixeira da Mota não quis prestar declarações à saída do tribunal.
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