Enquanto a UE e os EUA acusam Putin de ser responsável, no Kremlin há quem diga que foram a NATO e Bruxelas os responsáveis pela morte do líder da oposição russa.
Alexei Navalny, o principal opositor a Vladimir Putin, morreu esta sexta-feira. O advogado estava detido numa prisão de alta segurança no norte da Rússia e durante várias semanas, a sua equipa de advogados não soube do seu paradeiro. A morte do mais vocal opositor a Putin motivou dezenas de reações de líderes ocidentais que criticam o regime russo por ter, alegadamente, assassinado Navalny. Já o Kremlin condena o ocidente por lançar acusações antes da autópsia ter sido realizada. E há mesmo quem acuse o Ocidente de ter matado o advogado.
REUTERS/Shamil Zhumatov
O Ministro dos Negócios Estrangeiros, João Gomes Cravinho, recorreu ao X (antigo Twitter) para partilhar uma fotografia de Navalny onde se podia ler: "Presto homenagem a Alexei Navalny, que resistiu ao regime de Putin e lutou pela democracia na Rússia", disse o ministro português. "Putin, que exerceu o seu poder arbitrário prendendo-o em circunstâncias cada vez mais draconianas, é responsável pela sua morte. Condolências à família e ao povo russo", acrescentou ainda
"Temos aqui mais este caso trágico, de Alexei Navalny, uma figura de grande relevo na política russa, que teve a ousadia de desafiar Putin. Foi envenenado, esteve a recuperar durante algum tempo, quis regressar à Rússia, foi imediatamente preso e nos últimos tempos as notícias que fomos recebendo foram de prisões cada vez mais duras para Alexei Navalny, portanto é evidente que Putin é o responsável pela morte de Alexei Navalny, tal como é responsável por tantas outras mortes", disse Cravinho posteriormente em declarações à RTP3.
O presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, foi um dos primeiros a apontar o dedo ao Kremlin: "A União Europeia (UE) considera o regime russo o único responsável por esta morte trágica", declarou. Esta mensagem foi reforçada pelo chefe da diplomacia da UE, Josep Borrel, que afirmou: "Enquanto aguardamos mais informações, sejamos claros: esta é uma responsabilidade exclusiva de Putin". Já a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, disse estar "profundamente incomodada e triste" com a morte de Alexei Navalny, que, à semelhança do que afirmou Charles Michel, atribuiu indiretamente a Vladimir Putin. Esta morte é "uma triste lembrança do que é o regime de Putin", que "o que mais teme é a dissidência do seu próprio povo".
O secretário-geral da NATO, Jens Stoltenberg, exigiu uma investigação e considerou que Moscovo "tem sérias questões a responder".
Já os Estados Unidos começaram por adotar uma abordagem prudente, mas Kamala Harris, a vice-presidente norte-americana, afirmou que a morte de Navalny era "mais um sinal da brutalidade" de Putin. Biden reforçou esta mensagem. "Não se enganem: Putin é responsável pela morte de Navalny", afirmou o presidente norte-americano. "Putin não visa apenas os cidadãos de outros países, como a Ucrânia. Leva igualmente a cabo crimes contra o seu próprio povo", acusou o democrata.
"A reação imediata dos líderes dos países da NATO à morte de Navalny, sob a forma de acusações diretas contra a Rússia, é autoexplicativa", escreveu a porta-voz da diplomacia russa, Maria Zakharova, nas redes sociais. Citada pela agência noticiosa russa Interfax, Zakharova condenou os países ocidentais por acusarem a Rússia "antes de serem conhecidos os resultados da autópsia". Já Dmitri Peskov, porta-voz do Kremlin, considerou "absolutamente inaceitáveis" as acusações de que Putin era responsável pela morte.
Já o presidente da Duma, o parlamento russo, diz que a morte de Navalny é da responsabilidade de Washington e de Bruxelas. "Quem é que beneficia da morte de Navalny?", questionou Viacheslav Volodin no Telegram. Apontando depois o dedo ao secretário-geral da NATO, a Joe Biden, a Olaf Scholz, a Rishi Sunak e a Volodimir Zelensky.
Alexei Navalny, considerado um dos principais opositores do regime do Presidente Vladimir Putin, morreu hoje, aos 47 anos, numa colónia penal na região do Ártico onde cumpria uma pena de 19 anos de prisão. As autoridades russas disseram que Navalny se sentiu mal depois de uma caminhada e que os médicos tentaram reanimá-lo durante mais de 30 minutos, antes de declararem o óbito.
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