"Quero viver numa Rússia livre, quero construir uma Rússia livre", afirmou Yulia Navalnaya.
Yulia Navalnaya, a viúva de Alexei Navalny, afirmou esta segunda-feira (19) que continuaria a luta do seu marido por uma Rússia livre, e pediu aos seus apoiantes para se manterem na luta contra Vladimir Putin.
REUTERS/Denis Kaminev
A morte de Navalny, noticiada a semana passada, deixou a oposição a Vladimir Putin sem um líder poucos meses antes das eleições presidenciais russas que podem permitir que o presidente russo se mantenha no poder até 2030.
A posição de Yulia Navalnaya foi conhecida através de umvídeo de nove minutosem que acusou Putin de matar o seu marido e, consequentemente, de roubar um pai aos seus filhos: "Peço-lhe que partilhe a minha raiva. Raiva e ódio contra aqueles que ousaram matar o nosso futuro. Vladimir Putin matou o meu marido. Ao matar Alexei, Putin matou metade de mim, metade do meu coração e metade da minha alma. Mas ainda tenho a outra metade, e isso diz-me que não tenho o direito de desistir. Vou continuar o trabalho de Alexei Navalny, continuarei a lutar pelo nosso país".
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Yulia Navalnya
"Quero viver numa Rússia livre, quero construir uma Rússia livre", referiu Yulia Navalnaya, ao defender que a única resposta possível para o crime cometido por Putin é continuar a lutar por uma Rússia livre e próspera para que os russos possam viver de uma forma diferente, mesmo que admita ter pouca esperança.
Na mensagem pautada por raiva afirmou ainda: "A principal coisa que podemos fazer por Alexei e por nós mesmos é continuar a lutar, mais desesperados e mais ferozes do que antes".
Sobre o futuro referiu: "Falaremos sobre isso em breve e de certeza vamos descobrir exatamente quem executou este crime. Vamos saber os nomes e mostrar os rostos".
Apesar de Navalny ser a cara principal do movimento de oposição russa, a sua mulher sempre o apoiou e esteve presente em vários comícios ou manifestações pela sua libertação.
Esta segunda-feira, os familiares de Alexei Navalny foram novamente impedidos de ter acesso ao corpo quando a sua mãe e os advogados foram proibidos de entrar na morgue. Segundo as informações avançadas pela porta-voz de Navalny, um dos advogados terá sido empurrado e não houve qualquer tipo de resposta à questão de se o corpo ainda se encontrava no hospital distrital de Salekhard, na Sibéria.
Amorte de Navalnyfoi noticiada no dia 16 de fevereiro. Segundo as autoridades locais, o opositor de Putin morreu repentinamente após uma caminhada na colónia penal no Ártico onde se encontrava a cumprir uma pena de três décadas. Esta segunda-feira, o Kremlin afirmou que existe uma investigação sobre a morte de Navalny em andamento, conforme a lei russa e considerou as reações do Ocidente como "absolutamente inaceitáveis".
Durante o fim de semana, mais de quatrocentas pessoas foram detidas na Rússia por participarem em protestos e homenagens a Alexei Navalny. Desde a sua morte, os seus apoiantes prepararam homenagens em pelo menos 32 cidades, mas a maioria das detenções ocorreram em Moscovo e em São Petersburgo, segundo os dados da ONG de direitos humanos russa OVD-Info.
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