Feridos estão hospitalizados mas fora de perigo, garantiu ministro do Negócios Estrangeiros. Avião da Força Aérea para trazer portugueses está pronto a partir de Lisboa.
O número de vítimas no forte sismo que abalou Marrocos na sexta-feira à noite já ultrapassa os 1.000 mortos, segundo um novo balanço divulgado pelo Ministério do Interior marroquino. Este é já o abalo mais mortífero no país nos últimos 60 anos. Ao final da tarde dese sábado, o ministro dos Negócios Estrangeiros, João Gomes Cravinho confirmou também a existência de dois portugueses hospitalizados.
Trata-se de um pai e uma filha, de uma família de cinco elementos, que estavam em turismo na região afetada pelo sismo. Gomes Cravinho indicou que os dois feridos estão estabilizados e fora de perigo. Segundo as autoridades portuguesas há 75 nacionais que devem sair hoje de Marrocos no avião da Força Aérea, que está prestes a partir de território nacional.
No terreno começam agora as missões de resgaste e dá-se conta também de mais de 1.200 feridos, incluindo 721 em estado grave, referiu ainda o mesmo ministério, citado pela Reuters. O ministério precisou que as vítimas mortais se concentram essencialmente na província de Al Haouz, a sul de Marraquexe e perto do epicentro, em Taroudant, Chichaoua, Ouarzazate, Marraquexe, Azilal, Agadir, Casablanca e Al Youssoufia.
O sismo atingiu a magnitude 6,9 na escala de Richter com epicentro na localidade de Ighil, 63 quilómetros a sudoeste da cidade de Marraquexe, no sistema montanhoso do Alto Atlas. Em Marraquexe há edifícios danificados e a população acabou a passar a noite na rua com receio de regressar a casa.
Locais históricos do centro da cidade que é Património da Humanidade ficaram agora destruídos. "Tivémos de fugir a correr depois do grande abalo", contou à Reuters Jaouhari Mohamed, residente na zona velha da cidade.
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Videovigilância mostra momentos de pânico durante sismo em Marrocos
Um residente próximo do epicentro conta que a maioria das casas ficaram destruídas. "A terra abanou por cerca de 20 segundos. As portas abriram-se e fecharam-se sozinhas enquanto eu corria do segundo andar, escadas abaixo", conta o professor Hamid Afkar, residente perto de Taroudant.
Na aldeia de Amizmiz, próximo do epicentro, as equipas de resgate estão a vasculhar os destroços com as suas próprias mãos. "Quando senti o chão a tremer debaixo dos meus pés e a casa a inclinar-se, corri para tirar os meus filhos de lá. Mas os meus vizinhos não conseguiram", lamenta Mohammed Azaw, à Reuters. "Infelizmente ninguém foi encontrado com vida naquela família. O pai e o filho foram encontrados mortos e ainda estão à procura da mãe e da filha."
O terramoto, que ocorreu a uma profundidade de 18,5 quilómetros, foi sentido em Portugal.
As Nações Unidas já ofereceram ajuda ao governo marroquino. Muitos países, incluíndo Portugal e a União Europeia, já ofereceram ajuda ao país.
Entretanto, apenas se sabe que o rei Mohammed VI ordenou às forças armadas que mobilizassem as equipas especializadas em busca e salvamento e os hospitais de campanha da Força Aérea e do Exército. Segundo a France Press, esta ordem é um sinal da larga escala do desastre, porém, ainda não houve qualquer resposta oficial à oferta de meios por vários países. Sem um pedido de ajuda, as forças internacionais não podem atuar.
Última atualização às 19h08 para incluir os feridos portugueses.
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