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Rússia lança grande ofensiva na Ucrânia duas semanas antes do primeiro ano de guerra

Márcia Sobral
Márcia Sobral 10 de fevereiro de 2023 às 11:08
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Militares russos têm conseguido importantes avanços no terreno. Governo ucraniano reforça a importância do envio de tanques e mísseis prometidos pelos Estados Unidos e os países aliados da NATO.

A Rússia lançou, esta sexta-feira, uma nova onda de ataques à Ucrânia. Pelo menos dez mísseis foram abatidos em Kiev, 17 atingiram a cidade de Zaporíjia em apenas uma hora e várias infraestruturas na região de Kharkiv foram afetadas depois de terem sido relatadas dez explosões.

REUTERS/Vladyslav Musiienko

As cidades de Khmelnitskyi e de Dnipropetrovsk foram igualmente afetadas.

Vitali Klitschko, presidente da câmara de Kiev, garante que os militares ucranianos conseguiram atuar de forma a que os mísseis não atingissem a capital. Ainda assim, refere que "há estragos significativos na rede elétrica" mas garante que "não há vítimas" a registar.

As sirenes que dão o alerta de ataques aéreos tocaram durante todo o período da manhã e os civis foram aconselhados a permanecer nos abrigos. Anatolii Kurtiev, presidente da câmara de Zaporíjia, avançou àReutersque a rede de alta tensão foi fortemente atingida, havendo interrupções no fornecimento de eletricidade por todo o país. 

Apesar do ataque, esta é uma realidade com que os ucranianos têm convivido nos últimos meses, uma vez que desde o começo do inverno as ofensivas russas têm causado sérios estragos em infraestruturas centrais, afetando o fornecimento de energia, aquecimento ou água.

Yuriy Ihnat, porta-voz da Força Aérea, deu conta que a Rússia lançou 35 mísseis S-300 que não conseguiram ser abatidos, mas que dos sete drones lançados cinco foram derrubados, assim como conseguiram neutralizar cinco dos seis mísseis Kaliber.

Ainda assim as autoridades ucranianas garantem que não foram apanhadas de surpresa e que este era um passo que esperavam há muito. O país acredita que, depois de meses de avanços e recuos russos, o presidente Vladimir Putin prepara uma grande ofensiva para o dia 24 de fevereiro, data que marca o primeiro ano desde o começo do conflito.

Segundo o Ministério da Defesa do Reino Unido, os militares russos conseguiram esta semana avanços significativos em regiões estratégicas. Na cidade de Bakhmut, uma província em Donetsk que albergava perto de 70 mil pessoas, o grupo Wagner conquistou perto de dois a três quilómetros de terreno, algo consideravelmente rápido tendo em conta o impasse dos últimos meses.

Mas a Ucrânia já disse que baixar os braços não é uma opção e, por isso, deixou claro que prepara uma contra-ofensiva para os próximos tempos. O objetivo passa por conseguir recuperar um quinto do território ocupado mas, para que isso seja viável, ressalva que tem de receber a tempo os tanques e mísseis prometidos pelos Estados Unidos e os países aliados da NATO.

"A Rússia tem atacado várias cidades ucranianas durante toda a noite e a manhã. Chega de conversa e hesitação política. Precisamos de decisões rápidas: mísseis de longo alcance, caças e ajuda logística para os operacionais da Ucrânia", escreveu esta sexta-feira Mykhailo Podolyak, conselheiro do presidente Zelensky.

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