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Quem era Saleh al-Arouri, o número 2 do Hamas morto no Líbano?

Luana Augusto
Luana Augusto 03 de janeiro de 2024 às 10:01
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Vice-líder do Hamas Saleh al-Arouri foi o fundador das Brigadas Al-Qassam, braço armado do Hamas. Em 2018, os Estados Unidos ofereceram uma recompensa milionária por informações sobre o seu paradeiro.

Acusado de planear os ataques de 7 de outubro em Israel e de aproximar o grupo terrorista Hamas do Hezbollah, Saleh al-Arouri, de 57 anos, morreu na terça-feira, 2 de janeiro, nos subúrbios de Dahiyeh, no Líbano. O número 2 do Hamas foi morto numa explosão causada por ataques israelitas que vitimou cinco pessoas, confirmaram os militantes. Era próximo deYahya Sinwar, líder do Hamas. 

REUTERS/Amr Abdallah Dalsh

Nascido em Bani Zeid, uma cidade no centro da Cisjordânia, Saleh al-Arouri juntou-se ao Hamas em 1987 e estabeleceu o grupo no seu território natal. Em 2011, esteve envolvido num acordo que libertou mais de mil palestinianos em troca de um soldado israelita, Gilad Shalit. Contudo, foi em agosto de 2014 que começou a ganhar mais destaque, quando Israel o acusou de ter planeado o rapto e o assassinato de três adolescentes israelitas na Cisjordânia. Na altura, estava exilado na Turquia por ter conspirado para derrubar o presidente da Autoridade Palestiniana, Mahmoud Abbas. Referiu-se ao assassinato como "uma operação heróica das Brigadas Qassam".

Al-Arouri foi também fundador das famosas Brigadas Al-Qassam - atualmente o braço militar do Hamas. Foi nestas brigadas que ganhou a alcunha de "engenheiro da unidade de campo de batalha". Eleito em 2017 como vice-presidente do gabinete político do Hamas, desde 2018 que os EUA ofereciam uma recompensa de 5 milhões de dólares (4.57 milhões de euros) por informações sobre o seu paradeiro e que levassem à sua detenção.

O antigo líder era acusado de gestão e financiamento das operações militares do Hamas. Os Estados Unidos acreditavam que Saleh al-Arouri também facilitava transferências de armas desde 1987.

Em outubro de 2023, cinco anos depois dos Estados Unidos terem oferecido uma recompensa pela sua captura, e já depois do ataque do Hamas ter vitimado mais de 1.200 pessoas em Israel, Saleh al-Arouri reuniu com o secretário-geral do Hezbollah, Hassan Nasrallah, e com o secretário-geral da Jihad Islâmica Palestiniana, Ziad Nakhale. Sabe-se que na reunião foram discutidas formas de alcançar "uma vitória total e parar o ataque brutal ao povo oprimido de Gaza e da Cisjordânia", segundo informou a emissora oficial do Hezbollah, Al-Manar.

Nesse mesmo mês, o exército israelita demoliu a casa da família Al-Arouri - que se encontra localizada na cidade de Aroura. A ordem foi dada pelo atual chefe do Comando Central das Forças de Defesa de Irsael, Yehuda Fox.

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