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Os santuários do Hamas fora de Gaza

Maria Henrique Espada
Maria Henrique Espada 11 de novembro de 2023 às 10:00

Israel anuncia que quer destruir o movimento, mas o seu braço militar não chega ao Qatar nem à Turquia. E é aí que vive, bem e com guarda-costas, a liderança política. Quem são os seus anfitriões?

Em 1997, era também Benjamin Netanyahu primeiro-ministro de Israel, quando Khalid Meshal, o líder do braço do Hamas na Jordânia, foi injetado com uma substância tóxica em Amã, numa operação da Mossad. Mas a ação correu mal, dois agentes foram detidos, e o desfecho possível foi a entrega, por Israel, de um antídoto que salvou o exilado Meshal, em troca da entrega dos dois espiões israelitas. E ainda da libertação da prisão israelita de Ahmed Yassin, fundador e líder espiritual do movimento. Hoje Netanyahu é de novo primeiro-ministro. Já Meshal, mantém-se muitíssimo influente, mas continua a não estar em Gaza, onde as IDF avançam com o objetivo de destruir as capacidades militares do Hamas. Meshal esteve depois na Síria, onde Damasco acolheu durante anos o principal gabinete político no exterior do Hamas, mas, no início da guerra que devastou o país, mudou-se para Doha, a capital do Qatar. A mudança ilustra uma dificuldade extra para a resposta israelita: se a ofensiva terrestre nunca será uma operação fácil, decapitar a estrutura política do movimento, praticamente toda no exterior, instalada com conforto e meios em países complacentes, como a Turquia ou o Qatar (mas não só), será ainda mais complicado.

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