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Enviado especial dos EUA chega a Israel para inspecionar entrega de comida em Gaza

Ana Bela Ferreira
Ana Bela Ferreira 31 de julho de 2025 às 22:21
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Steve Witkoff chegou esta quinta-feira a Israel. Amanhã vai estar a fiscalizar a entrega de ajuda humanitária no enclave, anunciou a Casa Branca.

Com a situação humanitária a piorar em Gaza, o presidente dos EUA decidiu pedir ao seu enviado especial Steve Witkoff para que se deslocasse a Israel e fiscalizasse a entrega de comida no enclave. Witkoff chegou esta quinta-feira a Telavive e vai estar amanhã, juntamente com o embaixador americano Mike Huckabee, a inspecionar a distribuição de comida em Gaza, anunciou a Casa Branca.

AP Photo/Jacquelyn Martin

Em Israel, Witkoff já se reuniu com o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu para abordar temas como a ajuda humanitária e a possibilidade de um acordo de cessar-fogo. Trump apelou na sua rede social à rendição do Hamas e a entrega dos reféns, já esta quinta-feira. Entretanto, a Casa Branca explicou a ida de Witkoff a Israel como "um esforço de salvar vidas e acabar com esta crise".

Segundo o Ministério da Saúde de Gaza (controlado pelo Hamas), pelo menos 91 palestinianos morreram e mais de 600 ficaram feridos nas últimas 24 horas enquanto tentavam obter ajuda. Entre estas vítimas estão 54 que estavam no cruzamento de Zikim, no nordeste de Gaza, à espera de comida.

O exército israelita explicou que os palestinianos rodearam os camiões de ajuda e que por isso disparam tiros de aviso para a multidão, mas não relataram ter conhecimento de qualquer morte ou ferimento resultado desses disparos.

Entretanto um militar israelita, que falou sob anonimato, assegurou à Associated Press que os disparos vieram do meio da multidão, tratando-se de disputas por comida entre os palestinianos.

As imagens de desespero da população de Gaza em busca de comida têm sido uma constante nos últimos dias. Há imagens de populares a correr para apanhar a ajuda humanitária que está a ser lançadas por aviões - uma forma que as instituições encontraram de contornar o bloqueio terrestre imposto por Israel.

A população descreve também ataques de outros populares sempre que conseguem chegar a algum saco de farinha.

Apesar das ajudas que estão a ser lançadas, a quantidade de alimentação que chega não está nem perto dos 500 a 600 camiões diários que as organizações estimam ser necessárias. Israel, que coordena a entrada desta ajuda, indicou que na quarta-feira entraram 270 camiões e 32 paletes foram lançadas pelos aviões na Faixa.

Depois de uma pressão internacional intensa, o governo de Netanyahu anunciou, no fim de semana passado, uma série de medidas para facilitar a entrada de mais ajuda internacional em Gaza.

Desde o início do conflito, na sequência do ataque do Hamas a Israel a 7 de outubro de 2023, que o enclave está à beira da fome, denunciam as organizações internacionais. Uma situação que se agravou depois de dois meses e meio de bloqueio total de ajuda humanitária imposta por Telavive.

A situação levou a que Israel acabasse a ser criticado pelos seus aliados. Até Donald Trump afirmou publicamente que havia "fome em Gaza".

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