O acordo com os catalães é o maior tabu da política espanhola atualmente. O rei indicou Pedro Sánchez como novo candidato ao cargo de primeiro-ministro.
"Amnistia" é a palavra que não se pode pronunciar e simultaneamente aquela que está na cabeça de todos. O primeiro-ministro em funções Pedro Sánchez manifestou-se sempre contra a hipótese de amnistiar os líderes catalães. Mas desde que a formação de governo passou a depender destes partidos que o socialista não voltou a proferir a palavra "amnistia", optando por assegurar "generosidade" e jogadas políticas para "superar o problema" catalão.
EPA/SARAH YENESEL
"O que o independentismo pede é uma amnistia. Algo que, desde logo, este governo não vai aceitar e que não entra na legislação nem na Constituição espanhola", assegurava Sánchez em novembro do ano passado. Esta posição foi reforçada em julho deste ano, antes das eleições legislativas, com o líder do PSOE a referir que "nenhuma Constituição no mundo reconhece o direito à segregação".
Mais recentemente a posição de Sánchez parece menos certa. Desde as eleições que o socialista não fala sobre amnistia ou comenta diretamente as exigências dos partidos catalães para lhe viabilizarem um novo governo.
Os partidos Esquerda Republicana da Catalunha (ERC), que lidera o governo regional, e Juntos pela Catalunha (JxCat), do ex-presidente da região autonómica Carles Puigdemont, pedem aos socialistas uma amnistia para os envolvidos na tentativa de autodeterminação da região em 2017. A grande dúvida neste momento é se Sánchez a irá conceder em troca de apoio para a formação de uma maioria.
Ainda na sexta-feira, no parlamento regional da Catalunha, ERC e JxCat acordaram que apenas iriam viabilizar um novo governo de Sánchez se for assumido o compromisso de negociar a realização de um novo referendosobre a independência, desta vez, reconhecido pelo Estado espanhol, ao contrário do que aconteceu em 2017.
Até agora, Sánchez, sem referir a amnistia, tem dito que será coerente com o que fez na última legislatura em relação à Catalunha, nomeadamente, na "desjudicialização" do conflito entre a região e o estado.
Na última legislatura, o governo espanhol de esquerda indultou separatistas condenados, mudou o Código Penal para eliminar o crime de sedição pelo qual foram condenados e de que estavam acusados dirigentes catalães e abriu uma "mesa de diálogo" com o executivo regional.
O Partido Socialista (PSOE) emitiu um comunicado em que parece recusar a possibilidade de aceitar o referendo, insistindo em que "o diálogo" é "a única forma de garantir o progresso e a convivência na Catalunha" e que, nas eleições nacionais de julho, "a sociedade catalã em particular" escolheu "de forma ampla" que continue esse "caminho de diálogo, acordos e concórdia iniciado há quatro anos e não olhar para o pior passado".
Na semana passada, o parlamento espanhol rejeitou a candidatura do primeiro nome indicado por Felipe VI, o do líder do Partido Popular (PP, direita), Alberto Nuñez Feijóo. Após ofracasso da investidurade Feijóo como primeiro-ministro, Felipe VI fez nova ronda de audições com os partidos que conseguiram representação parlamentar nas eleições de 23 de julho e, como previsto, indicou Pedro Sánchez como novo candidato ao cargo esta terça-feira.
Pedro Sánchez, que já foi primeiro-ministro na última legislatura, lidera o Partido Socialista espanhol (PSOE), o segundo mais votado nas legislativas, a seguir ao PP. O socialista tem afirmado repetidamente que acredita ter condições para reunir os apoios necessários no parlamento e ser reconduzido no cargo de primeiro-ministro.
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