Sábado – Pense por si

Sánchez fecha primeiro acordo com independentistas catalães

O acordo foi anunciado pelos dois partidos num comunicado conjunto em que revelaram que Sánchez e Pere Aragonès, dirigente da Esquerda Republicana da Catalunha (ERC) e atual presidente do governo regional catalão, falaram hoje à tarde por telefone.

O partido socialista espanhol (PSOE), liderado por Pedro Sánchez, fechou hoje um acordo para a amnistia de independentistas catalães com a Esquerda Republicana da Catalunha, uma das cinco formações com quem negoceia a viabilização do novo Governo de Espanha.

EPA/OLIVIER HOSLET

O acordo foi anunciado pelos dois partidos num comunicado conjunto em que revelaram que Sánchez e Pere Aragonès, dirigente da Esquerda Republicana da Catalunha (ERC) e atual presidente do governo regional catalão, falaram hoje à tarde por telefone.

Nessa conversa, segundo o mesmo comunicado, Sánchez e Aragonês fecharam o conteúdo de uma lei de animista para os envolvidos na tentativa de autodeterminação da Catalunha que culminou com um referendo ilegal e uma declaração unilateral de independência em 2017.

Sánchez e Aragonès delegaram nas equipas negociadoras dos dois partidos o fecho definitivo nas próximas horas de um acordo que viabilize o novo Governo de Espanha, na sequência das eleições de 23 de julho, que será uma coligação de esquerda formada pelo PSOE e pela plataforma Somar.

Segundo o comunicado do PSOE e da ERC, Sánchez e Aragonès "desbloquearam os últimos detalhes" da futura lei de amnistia dos independentistas catalães e de um acordo para a investidura do novo Governo, que também integrará "questões políticas e económicas".

A amnistia é a exigência feita pelos partidos catalães para viabilizarem um novo Governo liderado por Pedro Sánchez.

Além da ERC, a amnistia é exigida pelo Juntos da Catalunha (JxCat), o partido do antigo presidente do governo regional Carles Puigdemont, que vive na Bélgica desde 2017 para fugir à justiça espanhola.

Para ser reconduzido no cargo de primeiro-ministro, Sánchez precisa ainda do voto dos deputados de mais três partidos nacionalistas e independentistas da Galiza e do País Basco (Bloco Nacionalista Galego, Partido Nacionalista Basco e EH Bildu).

O acordo com a ERC é o primeiro que o PSOE fecha com os partidos de que precisa para a viabilização do novo Governo pelo parlamento.

Na última legislatura, a ERC já tinha viabilizado o atual Governo de Sánchez, através da abstenção na votação de investidura do líder dos socialistas como primeiro-ministro.

Se até 27 de novembro não houver novo primeiro-ministro investido pelo parlamento, Espanha terá de repetir as eleições.

Artigos Relacionados
No país emerso

Por que sou mandatária de Jorge Pinto

Já muito se refletiu sobre a falta de incentivos para “os bons” irem para a política: as horas são longas, a responsabilidade é imensa, o escrutínio é severo e a remuneração está longe de compensar as dores de cabeça. O cenário é bem mais apelativo para os populistas e para os oportunistas, como está à vista de toda a gente.

Visto de Bruxelas

Cinco para a meia-noite

Com a velocidade a que os acontecimentos se sucedem, a UE não pode continuar a adiar escolhas difíceis sobre o seu futuro. A hora dos pró-europeus é agora: ainda estão em maioria e 74% da população europeia acredita que a adesão dos seus países à UE os beneficiou.