Rei britânico retirou todos os títulos do irmão, mesmo o de príncipe atribuído ao nascimento por ser filho da rainha Isabel II. Família da mulher que o denunciou por abusos sexuais no escândalo de Jeffrey Epstein satisfeita com decisão.
O rei Carlos III decidiu retirar todos os títulos e benefícios reais ao irmão André. Depois de ter abdicado do título de duque de York, o irmão do rei não evitou a polémica e o descontentamento público e acabou por perder até o título de príncipe - atribuído à nascença a todos os filhos do monarca - e o direito a viver na residência real.
Carlos III retira títulos ao irmão André, envolvido em escândalo sexual com Epstein(AP Photo/Joanna Chan, File
Ao contrário dos primeiros anúncios, agora foi o Palácio de Buckingham a decretar o fim dos seus privilégios reais e não o próprio André a anunciar a sua renúncia. A família real britânica corta assim os laços oficiais com o príncipe que não se livra do escândalo que o liga ao condenado por abusos sexuais Jeffrey Epstein. Perante este anúncio, feito ao início da noite de quinta-feira, o irmão de Virginia Giuffre - a mulher que acusou o príncipe de ter tido relações sexuais consigo quando ela tinha 17 anos e que acabaria por se suicidar este ano - já veio congratular-se com esta decisão.
"Hoje, uma rapariga americana comum, de uma família americana comum, fez cair um príncipe britânico com a sua verdade e extraordinária coragem", escreveu a família em comunicado. Depois, o seu irmão Sky Roberts defendeu, na BBC, que André devia enfrentar uma investigação formal. "Precisamos de dar mais um passo: ele precisa de ser preso, ponto final.
Virginia Giuffre morreu aos 41 anos, em abril, mas o seu livro de memórias foi publicado na semana passada, fazendo ressurgir a polémica em torno do envolvimento de André no escândalo de abuso sexual que condenou Jeffrey Epstein - que apareceu morto na sua cela em 2019, o que foi considerado suicídio.
Na sua decisão, o Palácio de Buckingham defende que "estas censuras são consideradas necessárias, apesar do facto de ele continuar a negar as acusações contra si", afirmou o palácio. "As Suas Majestades desejam deixar claro que os seus pensamentos e a sua mais profunda solidariedade têm estado, e continuarão a estar, com as vítimas e sobreviventes de todas e quaisquer formas de abuso."
Depois de terem pressionado para que André respondesse aos deputados no parlamento, os políticos britânicos elogiam a ação do rei. "Apoiamos calorosamente, eu apoio calorosamente o que o Rei está a fazer hoje", disse, na BBC, o ministro do comércio, Chris Bryant. "Acho que a maioria das pessoas neste país concorda que esta é a coisa certa a fazer."
Pela primeira vez, em mais de um século um príncipe britânico perde este título. André passa agora ser conhecido como André Mountbatten Windsor e muda-se do Royal Lodge - a mansão de 30 quartos próxima do Castelo de Windsor - para uma casa mais modesta e afastada dos holofotes, na propriedade do irmão de Sandringham, no leste de Inglaterra.
Desde 1919, quando o príncipe Ernesto Augusto, que era membro da realeza britânica mas também príncipe de Hanover, perdeu o seu título por ter alinhado com a Alemanha na Primeira Guerra Mundial, que um príncipe não perdia o seu título.
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